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TJ abre sindicância para apurar denúncias de coronel contra Perri

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TJ abre sindicância para apurar denúncias de coronel contra Perri

Mayke Toscano/Gcom-MT

Coronel Airton Siqueira Júnior

O Tribunal de Justiça abriu uma sindicância para apurar as denúncias do coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior, que acusou o desembargador Orlando Perri de ser autor de grampos contra outros desembargadores durante a investigação do Escândalo da Maçonaria. À época, Perri era corregedor-geral de Justiça.

A investigação foi aberta a pedido do desembargador, que enviou um ofício à presidência do TJ no dia 21 de julho.

Siqueira, que é secretário de Justiça e Direitos Humanos, registrou em cartório um termo de declaração descrevendo escutas dentro do Tribunal de Justiça. O advogado de Siqueira é Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil preso nesta sexta (4) por ordem de Perri.

No documento, o militar disse que Perri quebrou o sigilo telefônico do então desembargador José Ferreira Leite e de quatro juízes para investigar o desvio de recursos do Judiciário para uma cooperativa de crédito ligada à maçonaria.

Ameaças veladas

Para o desembargador,
as acusações do coronel Siqueira foram feitas
de propósito, para
afastá-lo do caso

No ofício, Orlando Perri afirma que vinha recebendo ameaças veladas de “interlocutores” por sua atuação como relator do caso dos grampos no Tribunal de Justiça. As acusações de Siqueira, disse, foram a concretização das ameaças. 

“Acusa-me de haver feito interceptações ilegais por ocasião de minha passagem pela Corregedoria-Geral da Justiça, as quais foram, propositadamente, derramadas na imprensa com o inequívoco propósito de desacreditar as decisões por mim já tomadas ou que venha a tomar, além, claro, de criar
minha suspeição ou impedimento”, declarou, no ofício, negando as acusações.

Barriga de aluguel

O esquema da “barriga de aluguel”, em que números de telefones de cidadãos comuns, sem relação com a investigação, são inseridos em operações que interceptam organizações criminosas, veio à tona em maio, com uma denúncia do programa Fantástico, da TV Globo. Com a denúncia, Paulo Taques deixou a Casa Civil.

Números de telefones da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, do jornalista José Marcondes “Muvuca”, entre outros, foram incluídos em uma investigação de tráfico de drogas. Um telefone no Gaeco também teria sido interceptado. Uma ex-amante e uma secretária de Paulo Taques também foram grampeadas.

A denúncia foi feita pelos promotores Mauro Zaque e Fábio Galindo quando eles eram secretário e adjunto, respectivamente, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Zaque afirma que o governador Pedro Taques (PSDB) sabia do esquema e que a denúncia foi protocolada no gabinete do chefe do executivo. Um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontou fraude no protocolo quatro horas depois da chegada do documento entregue pelo promotor. Pedro Taques afirma que não tinha conhecimento dos grampos.

 

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