Uma startup brasileira está tentando erradicar o mosquito da dengue usando drones. Um trabalho que tem contado com a parceria da Embrapa e da Fapesp, mas que ainda depende de empresas que fabriquem a “matéria-prima” necessária: mosquistos Aedes aegypti machos estéreis.
Trata-se da BirdView, uma startup paulista que, até então, oferecia o serviço de pulverização de biodefensivos em fazendas, também usando drones. O mecanismo continua o mesmo: drones são equipados com “compartimentos de carga” para armazenar esse defensivo contra a praga. Ao sobrevoar a área selecionada, esse compartimento se abre.
No caso do combate à dengue, o agente biodefensivo são os mosquistos machos que não picam e, por isso, não conseguem transmitir a doença. E eles precisam ser estéreis porque o objetivo é que copulem com as fêmeas (que picam), dessa forma, elas vão colocar ovos que não vão se transformar em novos mosquitos.
A Birdview produz esses compartimentos de carga. Os drones podem ser de qualquer marca, desde que consigam voar com um sobrepeso de até 300 gramas. A startup conta também com uma empresa parceira responsável pelo software para o planejamento da rota de voo. E, mais recentemente, demonstrou interesse em desenvolver uma inteligência artificial capaz de indentificar, por meio de imagens, os locais com possíveis criadouros do mosquito.
Outra parceria que a Birdview precisa é com quem vai operar os drones. A proposta é que esse trabalho de liberar os mosquistos estéreis seja descentralizado, ou seja, realizado por prefeituras ou até pequenos agricultores que já tem familiaridade com o sistema. Em outras palavras, uma oportunidade de renda para quem se interessar.