Em sua primeira entrevista na cadeia desde que foi preso, em novembro de 2016, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, criticou o fato de ser um dos poucos a continuar preso depois da operação Lava jato.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-governador afirmou ter sido vítima de uma conspiração jurídica. O político fez ainda duras críticas ao Supremo Tribunal Federal.
“Os meus três antecessores vivos foram presos. Moreira Franco, [Anthony] Garotinho e Rosinha [Garotinho]. O meu sucessor foi preso: [Luiz Fernando] Pezão. Todos estão respondendo aos seus processos fora da cadeia”, disse Cabral.
O “cristo” da Lava jato
O político afirmou ainda que a Lava Jato teria feito dele uma espécie de “cristo processual” e que pessoas envolvidas em seu processo usaram de sua prisão para se promover.
“Essa Lava Jato do Rio achou em mim um Cristo. O juiz achou em mim uma possibilidade de promoção pessoal. Um desconhecido se tornou a pessoa que prendeu Sérgio Cabral”, afirmou o ex-governador.
Supremo Tribunal Federal
Cabral lembrou também que o Supremo Tribunal Federal abriu caminho para a soltura de todos os outros políticos envolvidos na Lava Jato.
“O Supremo Tribunal Federal decidiu que só deve ser preso com processo transitado em julgado. Estou cumprindo pena de maneira antecipada”, justificou o político.