Variedades

Slam do Capim Xeroso: poetas de rua “batalham” na Praça do Beco do Candeeiro

2 minutos de leitura
Slam do Capim Xeroso: poetas de rua “batalham” na Praça do Beco do Candeeiro
Escultura do Beco do Candeeiro, de autoria do artista plástico Jonas Corrêa (Foto: Ricardo Correia)

Toda segunda sexta-feira do mês, a Praça do Beco do Candeeiro é palco para o Slam do Capim Xeroso, sempre às 19h. Dia 12 tem mais uma edição e a cada dia, mais competidores se aproximam e somam ao movimento.

A competição de poesia começa com cinco poetas e a “batalha” tem três “rounds”, com três poesias de até 3 minutos. Entre um e outro, o espaço é aberto a outras intervenções artísticas, como música, performance ou declamação de poesia.

Ao longo do ano, acontecem as seletivas em Cuiabá, que elege uma pessoa para representar o Estado na etapa nacional do Slam. Este ano, o processo se torna estadual, já que o Slam passou a acontecer também em Rondonópolis.

“O movimento começou na Praça da Mandioca como forma de resistência à elitização do espaço e resultou na criação de um outro, politizado por meio da arte. Ano passado, diante dos acontecimentos na Praça da Mandioca, mudamos pro Beco do Candeeiro”, relembra uma das organizadoras, Ana Carolina Mello.

O movimento ainda está em fase de fortalecimento, apesar de manter a frequência, e a cada edição aparece um poeta novo. No mês passado, aconteceu uma intervenção poética no IFMT Bela Vista, no dia da morte da vereadora Marielle Franco, com a intenção de fazer o Slam tomar mais espaços e crescer, a ponto de haver mais de uma edição por mês.

Dentre outras iniciativas, Ana relembra que, em 2018, o Slam do Capim Xeroso contou com a exibição de um documentário produzido pelo coletivo Salve Filmes, com o nome “Slam: Rua e Resistência”, que se encontra disponível no youtube.

Uma das calouras das batalhas, Bruna Sol, conta que  já acompanhava o movimento como ouvinte. Acabou “batalhando” por incentivo de uma amiga, Maria Fulô, que lia uns gritos que Bruna escrevia e a dizia que eram bons, antes mesmo que ela conseguisse enxergar o potencial.

“Para mim, o Slam é algo que está em metamorfose em todos os ‘agoras’, assim como a rua, assim como o corpo. Acho que a cada edição eu nasço, morro, ressuscito e aprendo infinitas coisas. A questão é construir sempre e junto, mesmo a partir de desconstruções. Hoje eu performo e amplio meu espaço de participação, mas continuo ouvinte. Meus parceiros precisam estar ao meu lado e meus gritos precisam ser públicos, porque esse é o meu espaço de sobrevivência e o de muita gente também. Agora, o Slam é isso”, comenta Bruna.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes