A secretária de estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, diz que a cobrança ao Brasil de medidas ambientais mais restritivas são tentativas de países ricos de tirar o foco dos danos causados exploração fóssil.
“A gente sempre percebe que os países que mais poluem continuam com dificuldade de adotar medidas específicas para reduzir as suas poluições, e tivemos durante 2023 exemplos claros disso. A maior causa de emissões [de gases de efeito de estufa] é a utilização de energia fóssil”, afirmou.
A caminho da COP-28, conferência mundial que debate condições climáticas, a secretária diz que o evento é um “risco” político para o Brasil devido à “distorção” que países como França e Alemanha fariam na discussão “para esconder as suas mazelas”.
“A COP discute efetivamente quais as ações do homem geram maior emissão de gases estufas. Mas a gente sempre percebe que existe um desvio desse foco. Países como Austrália, França e Alemanha precisam dar uma resposta efetiva e não forçar os países em desenvolvimento a se inibir para suprir a emissão que eles provocam”, afirmou.
A medida mais recente com apoio de países ricos é o marco temporal, que leva em conta a promulgação da Constituição Federal de 1988 como data limite para a demarcação de reservas no Brasil.
Um projeto de lei foi aprovado no Senado, mas vetado pelo presidente Lula. Os senadores devem votar o projeto novamente esta semana, e a oposição diz ter votos suficientes para derrubar o veto. Se acontecer, será durante a visita de Lula aos Emirados Árabes.
A COP-28 acontecerá em Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro. Uma comissão, com o governador Mauro Mendes, a secretária Mauren Lazzaretti, e outros membros do governo viajam para a conferência na quinta-feira (30).
