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Saúde mental: o antídoto para a psicofobia é a psicoeducação

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Saúde mental: o antídoto para a psicofobia é a psicoeducação

Você sabe o que é psicofobia? O nome ainda não faz parte das discussões habituais sobre saúde mental, mas merece uma atenção para lá de especial, principalmente durante o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Afinal de contas, como falar abertamente de situações complexas e muitas vezes negligenciadas quando as pessoas que sofrem têm medo do preconceito e da discriminação.

Acho que depois dessa fala, eu dei um spoiler da respostada pergunta inicial, já que a psicofobia é o medo, o estigma e a discriminação em relação àqueles que sofrem de problemas de saúde mental. Ela se manifesta de várias maneiras, desde piadas insensíveis até o isolamento social e o tratamento desigual.

Em minhas palestras, que acontecem na maioria das vezes em ambientes de trabalho e educacionais, é possível perceber a presença de psicofobia. Às vezes, as pessoas responsáveis pelas violências não se contêm e mostram olhares debochados e até mesmo piadinhas sussurradas. Nada disse me impede de continuar a minha programação, porém a atitude dos agressores tem como resultado bilhetes, e-mails e contatos de pessoas que querem compartilhar uma situação de psicofobia, mas querem o sigilo, com medo de serem o próximo alvo.

É bom deixar claro aqui que saúde mental não é piada e a psicofobia muitas vezes decorre de uma falta de compreensão e empatia em relação aos desafios enfrentados por pessoas próximas a nós.

Uma das raízes da psicofobia está na falta de uma cultura da saúde mental em nossa sociedade. E, à medida que o estigma persiste, as pessoas têm menos probabilidade de procurar ajuda ou compartilhar suas próprias experiências. Isso leva a um ciclo prejudicial de silêncio e ignorância que perpetua o estigma em torno da saúde mental.

Para combater a psicofobia e criar uma cultura da saúde mental, a psicoeducação emerge como uma ferramenta poderosa. A psicoeducação envolve o fornecimento de informações precisas e compreensíveis sobre saúde mental, suas condições e os recursos disponíveis para ajuda. Ela pode ser implementada em escolas, ambientes corporativos e em todos os lugares com acesso a todos.

A psicoeducação desempenha um papel crucial na promoção da empatia e na redução do estigma associado à saúde mental. Quando as pessoas compreendem melhor os desafios que enfrentam aqueles com problemas de saúde mental, são mais propensas a mostrar compaixão e a apoiar aqueles que precisam de ajuda.

Vale aqui lembrar que a psicoeducação deve ser incorporada de forma abrangente em nossas escolas, empresas e comunidades. Ela deve ser acessível a todos, independentemente de idade, gênero, raça ou classe social. A educação sobre saúde mental não só beneficia indivíduos, mas também cria um ambiente mais compassivo, solidário e empático.

Cabe lembrar que o Setembro Amarelo nos lembra que é hora de agir e promover uma sociedade mais acolhedora e compassiva em relação à saúde mental. Devemos fazer esforços coletivos para criar uma cultura da saúde mental, onde todos tenham acesso à informação e apoio de que precisam para viver vidas mais saudáveis e felizes.

*** Alan Barros é palestrante, empreendedor social, promotor de eventos com foco na saúde mental, escritor e iniciou sua jornada na luta contra a depressão e ansiedade há mais de 25 anos. Ele é autor do livro “Tenho Depressão”. E agora?”, fundador do grupo de apoio #Fale e autor da peça teatral Tô Off, que teve como espectadores mais de 800 estudantes da rede pública de Cuiabá e Várzea Grande.

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