Empreendedorismo

Quase 74% das atividades do setor Pet em MT são voltadas para produtos e serviços

Rações, acessórios, banho e tosa predominam no mercado mato-grossense (74%); serviços mais especializados representam apenas 18% do setor

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Quase 74% das atividades do setor Pet em MT são voltadas para produtos e serviços
(Foto: Mikhail Nilov / Pexels)

Pesquisa realizada recentemente pelo Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT), revela que quase 74% das atividades do setor pet no Estado estão voltadas para produtos e serviços básicos.

Atividades como banho, tosa, vendas de alimentos e acessórios formam o perfil do setor dentro do estado, enquanto serviços mais especializados – como clínicas veterinárias e exames -, representam apenas 18% do setor. Os dados constam na pesquisa sobre “Cenário de atuação dos pet shops no estado”, que entrevistou 77 pequenos empresários de diversas regiões.

Considerado um mercado já consolidado, 36% dos donos de negócios voltados para pets sentem que o setor está extremamente competitivo. Tendo um perfil mais voltado para produtos básicos, o setor aposta na ampliação de oferta de serviços e produtos mais especializados, e um dos objetivos é buscar estratégias para atrair mais clientes.

Atualmente, os principais serviços e produtos ofertados pelo setor são compostos por: rações e petiscos (21%), acessórios (17%), medicamentos e suplementos (14%), banho e tosa (13%) e produtos de higiene (9%). Juntos eles compõem 74% das atividades do mercado. Enquanto isso, os serviços e produtos mais especializados como os relacionados à saúde animal (consultas veterinárias e vacinas) estão presentes em 13% dos empreendimentos.

“Manter clínica veterinária requer mais custos de insumos e mão de obra especializada. Essa pode ser uma das razões para que estejam em menor disponibilidade no mercado. Atualmente, uma das estratégias utilizadas pelos empresários é a realização de parcerias, que é uma saída para melhorar a visibilidade perante a concorrência e, também, fidelizar clientes”, analisa Jaqueline Trentino, gestora de Pesquisas Temáticas do Núcleo de Inteligência de Mercado do Sebrae/MT.

De acordo com a pesquisa, o setor está de “olho” na ampliação dos serviços e do público. De acordo com a pesquisa, 36% dos entrevistados veem como principal fator de oportunidade para o crescimento a conscientização sobre o cuidado e bem-estar animal.

“Durante nossa investigação, identificamos outros fatores de oportunidades para o crescimento. Além da maior dedicação aos pets, a criação de leis e aumento de canais para informações (redes sociais, imprensa) estão entre os que influenciam nesta mudança”, aponta Jaqueline.

Empresários do setor pet estão atentos às possibilidades que o mercado pode oferecer. “O setor é muito bom e, também, competitivo. Nosso crescimento, por exemplo, é constante e vem desde a nossa inauguração, há seis anos. Apesar do período da pandemia, o comportamento das pessoas durante esses últimos dois anos, jogou o nosso mercado para cima. Tivemos crescimento de mais de 100 % nessa época”, relembra Daniel Basso, médico veterinário.

Desafios do segmento pet

De acordo com a pesquisa, questões burocráticas e regulatórias, agregadas à concorrência acirrada, foram apontadas como dificuldades relevantes dentro do mercado por 34% dos entrevistados.

“Burocracias, gestão financeira e empresarial são os maiores desafios para o desenvolvimento do setor de Pet Shop em Mato Grosso. Por essa razão, os serviços prestados pelo Sebrae/MT são fundamentais, pois facilitam o acesso a esse mercado, tão competitivo”, destaca Jaqueline.

Os custos operacionais (21%) e a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada (19%) também estão entre os desafios do setor.

“Os profissionais da área de medicina veterinária até saem das universidades tecnicamente muito capazes, mas com dificuldade de comunicação junto aos tutores. Isso pode vir com a maturidade profissional, mas é um ponto que deveria ser abordado na grade curricular das instituições. Já na área mais técnica, como estética, sofremos com a falta de profissionais capacitados”, avalia Daniel.

A escassez de mão de obra técnica pode estar ligada à ausência de espaços para formação. Segundo o empreendedor Daniel Basso, “em Cuiabá, percebemos que existem poucos centros de ensinos voltados à atuação no mercado pet. Cursos para tosadores, adestradores, banhistas, por exemplo, não tem muita escola de formação. O mercado é extremamente escasso”, conclui o médico veterinário.

Questionados durante a pesquisa Sebrae/MT sobre participação de treinamentos ou capacitações voltados para o setor pet, 53% disseram que fez algum curso. No entanto, a maioria deles aperfeiçoaram suas habilidades nas áreas de marketing, atendimento ao cliente e gestão financeira (47%). Enquanto a capacitações como estética animal, especialização em animais silvestres, curso de banho e tosa possuem menos profissionais qualificados, somam 4% dos entrevistados.

Como fomentador do pequeno negócio, o Sebrae/MT tem expertise em ajudar o empreendedor a prosperar no mercado. Segundo 75% dos empresários entrevistados, a entidade é parceira e recomendada, principalmente, quando o assunto são questões regulatórias e burocráticas(27%); gestão financeira (26%) e capacitação de gestores (22%).

Ainda conforme a pesquisa, a estratégia para crescimento está nos objetivos de 63% dos empresários do ramo, que têm planos de expansão dos negócios (36%) e no aumento do número de clientes (27%), para os próximos 12 meses. O percentual foi identificado pelos pesquisadores do Sebrae/MT.

“Quando observamos que 40% das principais dificuldades enfrentadas pelos empresários são: os custos operacionais (21%) e a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada (19%) e os objetivos para os próximos 12 meses, podemos afirmar que o setor tem um desafio voltado, principalmente, para a qualificação. Uma vez que para expandir os negócios e atrair novos clientes estão intrinsecamente ligadas à mão de obra qualificada. Por exemplo, uma loja que atua somente com alimentação animal, que deseja ter seu próprio serviço veterinário, além de aumentar seus custos operacionais, investir na busca ou treinamento de sua equipe. É desafiador, mas é possível.”, analisa Jaqueline Trentino.

Atualmente, para conquistar e fidelizar clientes, donos de empreendimentos do setor pet buscam na parceria a saída para a escassez de mão de obra. Dessa forma, a médica veterinária Priscila Marcidelli, proprietária de um pet shop e clínica veterinária, há 10 anos no município de Jaciara, ressalta que parcerias é uma alternativa para agregar valor à marca.

“O setor se desenvolve a cada ano e nós crescemos consideravelmente, principalmente por existir poucas opções desse segmento na nossa cidade. Ampliamos nossa infraestrutura, com atendimentos em estética, vendas de produtos, por meio de parcerias especializadas”, conta Priscila Marcidelli.

Sobre a pesquisa

A pesquisa sobre o “Cenário de atuação dos pet shops no estado” seguiu metodologia quantitativa, com total de 77 pequenos empresários respondentes. As entrevistas ocorreram via telefone, entre os dias 8 e 17 agosto. A margem de confiança é de 95% e 4% de erro.

Confira AQUI os resultados da pesquisa.

(Com Assessoria)

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