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Promotora classifica denúncia de advogado contra o MP como “história absurda”

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Promotora classifica denúncia de advogado contra o MP como “história absurda”

Ednilson Aguiar/O Livre

 Promotora Ana Cristina Bardusco

A promotora Ana Cristina Bardusco, da 14ª Promotoria Criminal, classificou o depoimento do advogado Levi Machado, investigado na quarta fase da Operação Sodoma, como uma “história muito absurda”.

Machado declarou que o empresário Filinto Muller teria procurado o Ministério Público em setembro de 2014 para denunciar uma extorsão por parte do jornalista Antônio Carlos Milas, mas teria sido informado pelo órgão de que nada poderia ser feito naquele momento.

“Se a pessoa vem e fala ‘eu estou sendo extorquida’, isso é motivo de uma prisão em flagrante. Você não tem que falar ‘eu não tenho condição de prender ele’. Eu duvido que algum delegado de polícia ou algum promotor de Justiça diga isso para uma vítima”, afirmou a promotora.

Bardusco ainda salientou que o advogado é réu, tem direito de ficar calado e até mesmo de mentir.

O advogado disse ainda que Filinto Muller teria ido ao MP acompanhado de seu advogado, Ricardo Almeida. “Nenhum advogado aceitaria que o seu cliente estivesse sendo vítima de um crime e alguém [do Ministério Público] dissesse que isso só poderia ser visto depois. É uma história muito absurda”, disse a a promotora.

Levi disse ainda que Ricardo Almeida seria amigo íntimo da promotora, o que foi negado. “É meu amigo como todos os advogados que estão aqui. Não conheço mais nem menos”, disse. Questionada se as informações prestadas teriam como objetivo constrangê-la, a promotora disse não ter se sentido desta maneira.

Vazamento de prisões

O advogado também afirmou ter visto, durante uma reunião em 2014, uma lista apresentada por Filinto Muller com nomes de outros réus da Sodoma, como ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves. O empresário teria dito a Levi que a lista continha nomes de pessoas que viriam a ser presas futuramente.

“Se ele viu essa lista, era a lista de quem recebia propina. O Filinto pagava propina a duas pessoas, Pedro Nadaf e Chico Lima, mas esses recebiam e dividiam a outros e tinha lá os nomes”, disse.

“Não tem cabimento uma lista de quem seria preso. Como você vai saber quem vai ser preso anos depois”, questionou Bardusco. “Olha o tempo que o Arnaldo foi preso depois. E a prisão é um ato do juiz. Então, era a lista de quem estava recebendo a propina”. Silval foi preso em setembro de 2015 e Arnaldo, em setembro de 2016.

As investigações da operação tiveram início em 2015 no MPE. A quarta fase da Sodoma investiga a desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. O Estado pagou R$ 31,7 milhões pela área e R$ 15,8 milhões teriam retornado a um grupo criminoso liderado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) por meio de uma empresa de fachada, a SF Assessoria e Organização de Eventos, de propriedade de Filinto Muller.

O nome do empresário surgiu nas investigações do MPE a partir de documentos entregues pelo empresário João Batista Rosa, da Tractor Parts, durante a primeira fase da Sodoma. Cheques pagos por Rosa a título de propina foram descontados na empresa de Filinto.

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