Ednilson Aguiar/O Livre
Colheita de milho em Mato Grosso
O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) caiu para 92,4 pontos no segundo trimestre de 2017. O indicador avalia a percepção dos produtores, indústrias de insumos e de outros setores do agronegócio em relação à uma série de indicadores econômicos.
A diferença é de 8,2 pontos em relação ao trimestre anterior, quando o índice registrava 100,5 pontos. É a terceira baixa consecutiva no índice.
A medição é feita pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Esse é o pior resultado desde o 2º trimestre de 2016, quando o setor produtivo se mostrou mais otimista com a safra 2016/17, que começava a ser desenhada. À época, o indicador marcava 102,1 pontos.
De acordo com a metodologia da pesquisa, a pontuação acima 100 indica otimismo e resultados abaixo disso indicam baixo grau de confiança.
Os pessimistas
O índice de confiança das indústrias inseridas no setor registrou 96 pontos — uma queda 8,3 pontos em relação ao registrado no primeiro trimestre do ano. Entre os fatores que pesaram para a piora da avaliação dos empresários estão as condições gerais da economia brasileira.
Dentro das indústrias, o item que registrou o pior desempenho foi o insumo agropecuário, com queda de 15,5 pontos. O estudo mostra que as vendas de fertilizantes recuaram em 3,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. As empresas de defensivos ainda registram estoques do ano anterior.
Segundo o estudo, o que contribuiu para esse cenário foi a lenta comercialização da soja e do milho. “Os produtores aguardaram um pouco mais para realizar as suas compras na expectativa de uma reação de preços dos grãos e uma melhora nas relações de troca”, diz trecho do levantamento.
Já os produtores são os que estão menos otimistas: o índice ficou em 89,7 pontos, uma queda de 7,7 pontos. O que mais preocupa o homem do campo é o cenário econômico e queda acentuada dos preços das commodities.
O item mais bem avaliado de toda a pesquisa foi a produtividade, que chegou a 137,5 pontos, maior índice já registrado pelo IC Agro.