O ChatGPT provocou uma onda de interesse, abrindo espaço para a exploração de outras ferramentas de inteligência artificial (IA) que oferecem respostas instantâneas – uma tendência que tem ganhado popularidade entre os brasileiros. Antes restrito a filmes de ficção científica, esse conceito agora faz parte do cotidiano de muitos entusiastas das IAs ao redor do mundo.
A Proteste realizou recentemente uma pesquisa para entender como os consumidores brasileiros percebem as aplicações de IA, com foco especial no ChatGPT, a ferramenta de IA da Microsoft. A pesquisa examinou aspectos como confiança, confiabilidade, regulamentação e satisfação dos consumidores.
A pesquisa
Os resultados apontam que dois em cada três entrevistados já experimentaram o ChatGPT ou outras plataformas de IA semelhantes. A pesquisa foi conduzida nas cinco regiões do Brasil e obteve 1.023 respostas válidas, proporcionando uma visão abrangente.
Os participantes, todos usuários da internet com idades entre 18 e 74 anos, demonstraram uma relação interessante entre a idade e a adoção da IA. Enquanto 67% dos entrevistados com idades entre 18 e 34 anos já utilizaram o ChatGPT, essa proporção cai para 42% no grupo de 55 a 74 anos.
Como utilizamos a IA
A geração de texto foi apontada como o principal motivo para a adoção das ferramentas de IA (68%), seguida pela busca de informações (64%), resumos de textos extensos (40%), criação de imagens (34%) e busca por inspiração (33%).
Desconhecimento sobre as ferramentas de IA e preocupações com a privacidade emergiram como as principais razões para a desconfiança de usuários que optam por não adotar essas tecnologias.
Por outro lado, os usuários mais frequentes tendem a confiar na proteção da privacidade. Metade dos entrevistados que utilizam o ChatGPT expressaram um nível moderado de confiança, enquanto 40% relataram confiança total. Em relação à IA em geral, 26% (sejam usuários do ChatGPT ou não) expressaram preocupação de que a IA possa resultar em abusos de dados pessoais.
Embora o ChatGPT gere textos sem ser o criador original do conteúdo, 54% dos usuários o consideram uma fonte confiável de informações e 82% estão satisfeitos com a confiabilidade das respostas fornecidas. Isso sugere que, embora alguns usuários reconheçam a possível imprecisão das respostas, ainda enxergam o ChatGPT como uma ferramenta valiosa. Essa percepção difere notavelmente daqueles que não usam a ferramenta – nesse grupo, apenas 16% acreditam que o ChatGPT oferece informações confiáveis.
No que diz respeito à regulamentação dessas ferramentas, apenas 23% de todos os entrevistados confiam que as autoridades nacionais são capazes de controlar eficazmente os dados coletados. Cerca de 17% também acreditam que as autoridades deveriam ter a opção de bloquear temporariamente os softwares, se necessário.
De forma geral, mais da metade dos entrevistados (52%), independentemente de serem usuários do ChatGPT ou não, estão convencidos de que essa ferramenta pode economizar muito tempo em diversas profissões. Contudo, 29% acreditam que o ChatGPT poderia incentivar a preguiça, enquanto 23% expressaram preocupações de que poderia levar a um aumento do desemprego.