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Pero Vaz de Caminha tinha razão

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Pero Vaz de Caminha tinha razão
Foto: Assessoria

Em sua carta ao rei Dom Manuel, de Portugal, em 1500, o mensageiro português Pero Vaz de Caminha estava certo quando escreveu que “nesta terra, em se plantando, tudo dá”, ao relatar suas primeiras impressões após chegar ao Brasil. Ficou deslumbrado com o cenário aqui encontrado, com vasta vegetação e abundância de recursos naturais. Tudo levava a crer que debaixo de seus pés havia um solo fértil, onde seria possível cultivar diferentes culturas.

Aliado a outros fatores como clima, com sol e água na medida certa, o que ele escreveu se confirmou com o passar dos séculos e hoje o Brasil é reconhecido internacionalmente por seu potencial produtivo. No entanto, nada disso seria possível se não fosse a participação de um importante ator: o agricultor.

Disposição, interesse, empreendedorismo, resiliência, inquietude, sede por tecnologia e inovação são características dos produtores rurais, que ajudaram o Brasil a conquistar o posto de 4º maior produtor mundial de grãos, logo atrás da China, Estados Unidos e Índia. Para chegar até aqui, na lida no campo enfrentam adversidades não encontradas em outras profissões, uma vez que seu negócio é uma indústria a céu aberto, vulnerável, suscetível a intempéries climáticas, pragas e outros imprevistos.

Mas não é das dificuldades que queremos falar neste 28 de julho, Dia do Agricultor. Nesta data, queremos valorizar e homenagear esse protagonista da economia brasileira. Sim, porque o agronegócio tornou-se um dos principais setores econômicos do País, que abastece o setor industrial, movimenta o comércio e as empresas prestadoras de serviço. Vão dizer que é clichê, mas o agro é a mola propulsora do Brasil e teve fundamental importância para a sanidade da economia nacional na mais recente crise econômica global, decorrente da pandemia de Covid-19.

E não é só de comida que estamos falando. Do agro provém também as fibras, que são transformadas em roupas, tecidos e outros revestimentos; combustíveis como etanol e biodiesel; energia limpa como a de biomassa e do bagaço da cana; e onde dejetos (de suínos) são transformados em energia por meio dos biodigestores.

E, no Brasil, a produção agropecuária é exercida com respeito ao meio ambiente. Produtores rurais trabalham sob exigentes regras da Lei Ambiental, fiscalizados de perto pelos órgãos de controle estatais e também por todo o cenário do comércio mundial, que não admite produção que infrinja as leis ambientais.

E com muito trabalho e respeito às leis, o agro produz números superlativos. Vejamos alguns deles: o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2022 está estimado em R$ 1,241 trilhão (em junho), 1,6% maior que o registrado em 2021, segundo o Ministério da Agricultura.

Os dados são calculados a partir da quantidade produzida multiplicada pelo preço de mercado e inclui lavouras e pecuária. A safra de grãos 2021/2022, com condições climáticas favoráveis, deve colher 272,5 milhões de toneladas, crescimento de 6,7% sobre o ano anterior, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). E no mercado internacional, as exportações brasileiras do agro atingiram em junho valor recorde de US$ 15,7 bilhões, expansão de 31,2%.

Diante desses expressivos números podemos dimensionar a grandeza do setor agropecuário, desenvolvido desde a agricultura familiar, passando pelos pequenos, médios e grandes produtores. Várias peças fazem parte dessa engrenagem, que funcionam em harmonia, graças ao papel desempenhado pelo protagonista desse enredo, o produtor rural, a quem o Fórum Agro parabeniza no dia de hoje e aproveita para desejar muito mais força e perseverança na labuta de todos os dias.

*Itamar Canossa é presidente do Fórum Agro MT e da Acrismat

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