Ednilson Aguiar/O Livre
O deputado Eduardo Botelho fala sobre a possibilidade de novas prisões
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), é contra a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o próprio Legislativo. Na avaliação dele, essa investigação serviria apenas para criar palanque, sem resultados efetivos, se comparada com as que já ocorrem no Ministério Público Estadual (MPE).
“O MPE está investigando, prendeu gente. O que nós vamos fazer mais que o Ministério Público? Vamos fazer palanque, vamos fazer mídia, e dizer ‘nós mesmos estamos nos investigando’? Ora, isso é conversa fiada”, disparou.
Botelho prevê, inclusive, que os desdobramentos dos inquéritos conduzidos no MPE possam levar a novas operações, com novas prisões. “A Assembleia está aberta para o MPE, e eles estão investigando. Inclusive, deve haver até novas prisões”, afirmou.
Questionado, o deputado negou ter informações a respeito disso, e disse que se baseava apenas em declarações de membros da instituição. “Eu não sei de nada. Só estou dizendo que o MPE está investigando e eles falam que é possível que tenha até novas prisões”, disse.
A CPI foi proposta pela deputada Janaina Riva (PMDB) – atendendo a uma sugestão irônica do governador Pedro Taques (PSDB) – para investigar a gestão da Assembleia Legislativa dos últimos 22 anos, abrangendo toda a gestão próprio do pai, o ex-deputado José Riva. O ex-parlamentar já foi preso acusado de desviar recursos do Legislativo, e responde a mais de 100 processos.
“O governador pode sugerir, mas nós podemos acatar ou não. Eu não acato. Não tem lógica falar que nós vamos investigar a nós mesmos, que vamos fazer mais que o Ministério Público. Não vamos”, afirmou Botelho.
O presidente citou o aparato técnico do órgão e disse que a Assembleia não tem condições de fazer investigações do mesmo porte. “O MPE tem uma estrutura maior para investigação. Tem software de acompanhamento de conta, tem como rastrear todas as ligações, todas as contas. Tem como fazer tudo o que é possível para uma investigação, muito mais que a Assembleia”, disse.
Ele acredita, ainda, que a proposta não terá apoio suficiente entre os parlamentares. Janaina apresentou o requerimento com metade das oito assinaturas necessárias para instalar a investigação. “A CPI não tem assinaturas suficientes, só tem quatro. E não teve mais assinaturas. Então, não tendo assinaturas, ela não pode ser instalada. Eu, por exemplo, não assinei”, observou.
