Para o deputado federal Abílio Brunini (PL), o Governo Federal sabia dos ataques aos prédios públicos do Distrito Federal, facilitou ou não criou obstáculos para impedir os manifestantes e, 8 de janeiro. O argumento foi apresentado pelo parlamentar na reunião da CPI do 8/1 em 1º de agosto.
Neste dia foi ouvido na CPI o então diretor responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Saulo Moura da Cunha. Ele afirmou que alertou o general Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias – então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, sobre a possibilidade dos ataques.
“A ABIN notificou no grupo de segurança que tinha vários membros participando. O senhor mesmo mandou mensagem pro G.Dias, que sabia… Que sabe muito bem que com inteligência dá pra evitar que tudo aconteça. Mas com muita inteligência, estava lá o G.Dias abrindo porta, ajudando. O senhor sabia mais ou menos quem é que estava organizando? É claro que sabia. Quem é que estava mais ou menos envolvido? É claro que sabia. Como inteligência, que eu imagino que tenha, o senhor tinha alguém que sabia”, afirmou Abílio na CPI.
Segundo Abílio, o Governo Federal tinha ciência dos possíveis ataques e os facilitou para criar uma “narrativa” contra os manifestantes que eram favoráveis os ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula nas eleições presidenciais.
“É brincar com a nossa inteligência, querendo nos fazer acreditar que isso não tinha conhecimento do Governo Federal. É brincar com a nossa inteligência, querer criminalizar os bolsonaristas por um ato que poderia ter sido repreendido. Agora não vem tirar a inteligência da população brasileira. Não se faz golpe invadindo prédio público. Para de idiotice, para de conversa fiada”, argumenta o parlamentar.
VEJA A FALA
CONFUSÃO
Na mesma sessão, Abílio se viu envolvido em mais uma confusão desta CPI. Conforme noticiado pelo LIVRE, durante a fala do deputado Duarte Junior (PSB), Abílio sentava atrás e passou a apontar o dedo em sua direção – claramente para aparecer no enquadramento da transmissão da TV Câmara. Após a situação, Abílio ainda se mudou de lugar e sentou ao lado de Duarte, que o reprimiu várias vezes.
“Não vai continuar essa palhaçada aqui na CPI”, diz o presidente da CPMI do 8 de janeiro, Arthur Maia, ao deputado Abílio Brunini.
“Aluno que faz isso em sala de aula vai para a secretaria, é advertido, é suspenso. Chega de se comportar feito menino, Abílio”, diz o deputado Duarte Jr.