Estima-se que 560 novos casos de câncer de mama serão registrados em Mato Grosso até o final de 2020. Cuiabá, a Capital, deve concentrar 160 desses pacientes. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Em outubro, o mês de prevenção à doença o alerta é voltado para o autoexame, que ajuda no diagnóstico precoce e tratamento adequado.
A jovem Cleiciele Tais de Carvalaho, de 27 anos, não perdeu tempo após o diagnóstico: retirou a mama e iniciou o tratamento de radio e quimioterapia no Hospital São Matheus, em Cuiabá.
Ela descobriu o câncer durante um período tido como especial para a maioria das mulheres: ao amamentar o segundo filho.
Segundo ela, a desconfiança veio com a dor durante a amamentação. Nenhum nódulo foi detectado durante o autoexame. Foi só quando o filho completou nove meses de vida que o “pequeno caroço” apareceu, em março de 2019.
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A preocupação veio quando o nódulo começou a crescer. Mesmo assim, o diagnóstico de câncer nunca passou pela cabeça da paciente. “Não tinha sintomas, não desconfiei”, diz.
Logo depois, porém, os sinais ficaram mais evidentes: o seio latejava e veio a dor no mamilo, que também retraiu.
“Não foi fácil. O resultado era de um câncer de mama agressivo. O médico logo pediu para fazer a cirurgia. Fiquei com muito medo por causa dos meus filhos e pela minha família”, conta.
Tratamento e vaidade
“O mais difícil foi ficar careca”. É assim que Cleiciele define o procedimento do tratamento.
“A quimioterapia deixa a pessoa muito fraca, caem todos os cabelos, a pessoa só fica enjoada, passando mal. Foi a pior parte, porque mexe muito com a autoestima. Em alguns lugares, os olhares são involuntários”, ela conta.
O período foi superado com a ajuda e apoio da família. Até porque as superações ainda não haviam acabado. Foram mais duas cirurgias para retirar resíduos do câncer e ainda houve um diagnóstico de covid-19.
“É muito triste quando se fala em câncer, porque pensamos logo em morte. Mas logo recebi muito apoio da minha família. Hoje, estou superando”, diz.