Neste exato momento não é prazer o que eu sinto, para ser sincero. Na verdade, é apreensão.
Primeiro: sobre o que eu vou escrever? Como vou escrever? Será que sou eu a pessoa que deveria escrever sobre isso? Vai ficar bom? Vou conseguir finalizar?
São perguntas que surgem e que ficam.
Uma vez, falando sobre vocação, o Prof. Olavo de Carvalho estava comentando sobre um amigo que queria se aposentar somente para fazer o que lhe dava prazer. A atividade escolhida era escrever um livro. Não lembro as palavras exatas, mas era no sentido de dizer que escrever era, na verdade, dolorido, comentou o Olavo.
Em uma entrevista do Seth Godin ao Tim Ferris, duas referências em marketing e empreendedorismo, eles comentam sobre a jornada de escrever um livro e que há muito sofrimento e dúvida no processo.
Se você ficou até aqui, deve estar se perguntando: “Para que aceitar voluntariamente essa dor?”
É uma pergunta extremante razoável, ainda mais quando somos inclinados a fugir da dor e a buscar o prazer, como os animais fazem. Só que é justamente graças a nossa inteligência que temos ambições maiores. Almejamos alcançar coisas além da mera satisfação da carne.
Fazemos certas coisas porque precisam ser feitas. Porque recebemos um chamado único e intransferível. Porque há certas coisas que só você pode fazer.
É por esse motivo que eu estou aqui.