É genérico extrair de qualquer pessoa a clareza do jogo das aparências, vez que o narcisismo impera na pós-modernidade. E o que esta onda nos traz é um senhor – no minúsculo mesmo – perdurante denominada politicamente correto. A praga putrifica a sociedade de maneira convergente, principalmente os mais jovens que igualam sua criticidade a mero devaneio da realidade.

A justificativa encontrada para tudo se passa pelas vítimas sociais do mundo contemporâneo, sejam elas pobres, negras, índias ou homossexuais. Assim, a sensibilidade democrática se enquadra num grupelho extravagante ao ponto da explanação da realidade fática se tornar um verdadeiro festival de definições totalmente antinômicas. Daí derivam os nazistas, racistas e fascistas de plantão.

Em tempo, o cerne se levanta quando a novilíngua ramifica sua sistemática, exibindo o neohistoricismo de Foucault e o sedutor e fictício pensamento cultural de Gramsci, os quais restringem a integridade objetiva a um barbarismo que, vira e mexe, são preenchidos por luta de classes e justiça social.

Aliás, o francês é pai biológico do politicamente correto, pois as relações, particulares ou institucionais, são dirimidas a um simplório exercício do poder, transformando a essência da realidade em ideologia, isto é, quem tem poder quer mais para suprimir mais aos demais; enquanto quem não tem poder quer se livrar da opressão de quem tem.

Dessa forma, a moralidade, em uma realidade em que tudo se remete ao inchaço ideológico, se torna cada vez mais política – agenda política -, onde a verdade não existe, onde o poder faz parte de uma busca incessante, fazendo com que a imposição seja que todos concordem e prosperem em favor da sua própria ideologia.

Através dessa seara, a ideologia de gênero engrandece com o fruto gramsciano, repetindo o mesmo discurso e ocupando espaços, seja nas academias, seja nos meios de comunicação, seja nos setores culturais et cetera. É inegável que a benevolência da tolerância é primordial e a dominação é malévola, no entanto, é fato que a tolerância é semeada só para quem pensa da mesma forma e a dominação é parcial para quem discorda.

Na ideologia de gênero, por exemplo, o limitável da natureza humana é extirpado por sua filosofia. Conceitos como pedossexualidade, sexo intergeracional, zoofilia e necrofilia são expostos à cara dura com argumentos fantasiosos, imperados goela à baixo por conseguir amparo num direito que não só acomoda o politicamente correto como assegura a criação de algo macabro.

A título de esclarecimento, a única diversidade que não é tolerada nos ensejos do politicamente correto é a de ideias. Quando o narcisismo bate à porta do que se entende em verdade e, portanto, do uno, as pessoas deste discurso, ainda assim, não enxergam a dependência de um marxismo cultural devasso.

Por exemplo, em 2017, Milo Yiannopoulos, libertário e ativista gay, concentrou esforços em apresentar uma palestra, na parte externa da UC Berkeley, universidade na Califórnia, mas foi impedido de tal forma que a sensibilidade democrática dos jornais ainda incriminasse Yiannopoulos. É claro, visto que a narrativa não favorece e as ideias não se confluem.

Em suma, Richard E. Redding diria que o politicamente correto é uma maneira de se aproximar do mau-caratismo. E de fato, normalmente quem se adequa a esse tipo de pensamento almeja aniquilar a ‘’livre concorrência’’ de ideias, manipulando os setores em que o clamor público é suprassumo como os meios de comunicação, as universidades e escolas e até mesmo as casas legislativas. Nada mais que preciso seria Nelson Rodrigues ao dizer que ‘’Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos’’.

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Pedro Alves C. Neto é estudante de direito e membro do Instituto Caminho da Liberdade – ICL/MT

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