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O secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Duarte, avalia a possibilidade de ser candidato nas eleições de 2018. Cotado para disputar um mandato de deputado estadual ou federal, ele admite o flerte com siglas como o PSD e o PSDB. Antes de definir o partido e o cargo, porém, Duarte quer entregar obras que o credenciem para pretensões políticas. “Se um dia eu vier a ser candidato, o que estou fazendo na secretaria é que vai ser meu cartão de visitas”, acredita.
À frente da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra), ele tem um vasto material que poderá transformar em portfólio político. Num Estado que respira agronegócio, Marcelo Duarte tem uma grande vitrine: gerencia o Pró-Estradas, o maior pacote de investimentos do governo estadual. O programa iniciou com um empréstimo de R$ 1,4 bilhão contraído ainda no governo passado. O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) batizou o programa de MT Integrado e prometia ligar todos os municípios mato-grossenses com asfalto. Porém, inaugurou apenas pequenos trechos de estrada.
“Se um dia eu vier a ser candidato, o que estou fazendo na secretaria é que vai ser meu cartão de visitas”
Some-se a isso os recursos do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab), em grande parte destinado a obras de infraestrutura, que encherá os cofres da secretaria com R$ 730 milhões neste ano.
Além disso, no mês passado, o governador Pedro Taques conseguiu liberar financiamentos que estavam travados há quatro anos, permitindo à Sinfra acessar R$ 470 milhões para construir pontes de concreto e R$ 130 milhões para recuperar estradas. O governo ainda tenta conseguir ainda mais empréstimos para o setor.
Justamente pelo grande número de projetos que está tocando, o secretário diz que sua atenção atualmente está voltada para a Sinfra. “Apesar de muita gente dizer que é hora de começar a pensar em candidatura, meu grande objetivo é gerir a secretaria, conduzir os projetos que o governador delegou para mim. Acabamos de passar da metade do governo. Não dá para desviar o foco. Meu foco hoje é a Sinfra”, afirmou.
Ednilson Aguiar/O Livre
Marcelo Duarte voou até a BR-163 quando atoleiros geraram caos e filas de caminhões
Intrigas
Com grande volume de investimentos para tocar e recebendo atenção especial do governo, a gestão de Marcelo Duarte já foi alvo de fogo amigo. Rumores sobre sua queda, alimentados por aliados do governo, surgiram em diversas ocasiões.
“Apesar de dizerem que é hora de pensar em candidatura, meu objetivo é conduzir os projetos. Acabamos de passar da metade do governo. Não dá para desviar o foco. Meu foco é a Sinfra“
Apesar disso, ele é um dos poucos secretários que se mantém no cargo desde o início e é considerado um dos pilares da gestão de Taques. Ex-diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), o secretário conta também com respaldo do empresário Eraí Maggi (PP), um dos principais nomes do agronegócio no Estado e um dos maiores financiadores da campanha do governador.
Em 2016, Duarte deu algumas mostras da veia política nas eleições municipais: foi um dos secretários de Taques que mais se engajou na campanha de Wilson Santos (PSDB) à Prefeitura de Cuiabá.
Escolha do partido
O prazo para filiação de quem deseja ser candidato em 2018 se encerra em 7 de abril do ano que vem, seis meses antes das eleições. Marcelo Duarte demonstra simpatia pelo PSDB e PSD – partidos do governador Pedro Taques e do vice-governador Carlos Fávaro, respectivamente.
“Hoje, os dois principais partidos da base, PSD e PSDB, o governador e o vice, são partidos para os quais, naturalmente, eu poderia ir. São dois partidos que vejo com muito bons olhos”, diz. “Já conversei com os dois. Mas é uma decisão que deixo para o futuro”, comentou e, na sequência, repetiu que não é o momento para definir uma candidatura, pois está focado na Sinfra.
