Conhecido por sua casca dura e espinhosa, o pequi é um fruto nativo do cerrado brasileiro e de forte presença nas mesas da região centro-oeste do país. De origem indígena, o seu nome significa “pele com espinhos” em tupi-guarani, e, por conta disso, pode assustar os mais desavisados durante o consumo. Mas por trás da fachada espinhosa, ele revela um sabor único e marcante.
Flávio Landim, professor de biologia da Plataforma Professor Ferretto – focada na preparação para o Enem e vestibulares, que hoje conta com mais de 50 mil alunos em todo o Brasil – explica que o “ouro do cerrado” requer alguns cuidados ao ser manuseado.
“Para evitar a experiência desconfortável de ter espinhos na língua e gengiva, é aconselhável que o pequi (Caryocar brasiliense) seja cuidadosamente roído ou raspado com a colher ao invés de ser mordido. Mas caso esse pequeno acidente aconteça, os espinhos podem ser removidos com uma pinça mesmo’’.
Além deste “risco” que a iguaria apresenta, o docente de biologia desvenda alguns mitos e verdades sobre o pequi:
O pequi pode ser venenoso?
Mito. Conforme mencionado, apesar dos espinhos causarem dor na região afetada, não existe veneno algum neles ou no fruto em si. “Como qualquer outro alimento, existe a possibilidade do pequi desencadear uma reação alérgica a algumas pessoas ou intoxicação caso seja ingerido em quantidades muito grandes. Mas veneno, não’’, explica o docente.
A polpa do pequi é rica em vitaminas
Verdade. A polpa do pequi possui o dobro de vitamina C de uma laranja e é um grande anti-inflamatório natural. “O pequi possui diversos benefícios para a saúde e, por também ser rico em vitamina A e carotenóides, é um aliado na proteção da visão, assim como no combate ao envelhecimento precoce e na prevenção do câncer, por ser um alimento antioxidante”, afirma.
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O fruto é afrodisíaco
Verdade. Landim explica que por ser altamente afrodisíaco, há quem diga que ele é o responsável por muitos casamentos, namoros e nascimentos de crianças na região central do Brasil. “Os alimentos afrodisíacos sempre geram muita curiosidade, isso ocorre porque alguns nutrientes estão diretamente ligados com a libido, e seu consumo contribui com o enriquecimento dos nossos sentidos sexuais’’, explica.
Faz mal consumir o pequi cru?
Mito. Não existe nenhuma contra-indicação ao consumo do pequi ao natural. “Vale mencionar que o sabor do fruto cru é muito mais forte, por isso muitas receitas sugerem o cozimento do pequi para que seu sabor fique mais suave, essa é a única ressalva’’. O docente de biologia ainda ressalta que até o óleo da iguaria pode ser aproveitado, e em muitas regiões, é usado como artifício medicinal.
O pequi está em extinção
Mito. O pequizeiro, árvore do fruto, não está em risco de extinção. ‘’No entanto, a degradação do cerrado brasileiro pode afetar a produção do fruto. Por isso, é importante que haja políticas públicas de preservação da biodiversidade e incentivo à produção sustentável”, finaliza Flávio Landim.
(Com Assessoria)