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Neurilan promete deixar o PSD se for “enquadrado” por enfrentar o governo

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Neurilan promete deixar o PSD se for “enquadrado” por enfrentar o governo

Ednilson Aguiar/O Livre

Neurilan Fraga, presidente da AMM

Neurilan Fraga, presidente da AMM

O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD), afirmou que não aceitará qualquer eventual tentativa de enquadramento por parte da direção do partido para que amenize sua postura em relação ao governo estadual. Apesar de pertencer à mesma sigla do vice-governador Carlos Fávaro, o dirigente afirmou que não pretende recuar dos embates com o governo para defender os municípios.

“Se o partido fizer alguma represália porque estou em defesa dos municípios, fico com a AMM e saio do PSD”, declarou. “Eu ajudei a fundar o PSD e não gostaria de sair. Mas se o partido exigir que eu mude minha postura…”, disse. Apesar do recado duro, Neurilan disse que, até o momento, não houve nenhuma sinalização ou pedido da cúpula do partido para que ele amenize as cobranças ao governo.

Neurilan Fraga disse que não tem nenhum confronto pessoal com o governador, e que o embate é apenas institucional. “Estou defendendo os direitos dos municípios – assim como estou em Brasília a cada 15 dias enfrentando o governo Michel Temer (PMDB) para defender os municípios. Não é nada pessoal com o governador Pedro Taques”, afirmou.

O principal enfrentamento da AMM com o governo é pelos repasses ao setor de saúde. Segundo o presidente, o governo deve cerca de R$ 40 milhões aos municípios somente da atenção básica, dos quais R$ 24 milhões seriam dívidas do ano passado. Para cobrar o pagamento dos atrasados da saúde, a AMM realizou sua maior mobilização neste governo: em maio deste ano, mais de 60 prefeitos, além de vices-prefeitos, vieram a Cuiabá pressionar. Naquele mês, os atrasos com as unidades de saúde chegaram a R$ 162 milhões.

Antes disso, houve confronto entre Taques e Neurilan por causa da distribuição do Fundo de Habitação e Transporte (Fethab) aos municípios. Durante a campanha eleitoral de 2014, Pedro Taques deu declarações criticando a distribuição do fundo com as prefeituras, que havia sido aprovada alguns meses antes. Já eleito, ele demonstrou insatisfação com a medida e tachou a lei de eleitoreira. Depois de muitos debates e mudanças no fundo, o governador acabou cedendo e hoje distribui aos 141 municípios cerca de R$ 230 milhões anuais – metade do que arrecada o Fethab cobrado sobre a venda de óleo diesel.

Mudança no PSD

O PSD foi fundado em 2011, sob a liderança do ex-deputado José Riva (sem partido), adversário do governador Pedro Taques (PSDB). Neurilan Fraga participou do grupo que fundou o partido em Mato Grosso. Ele se elegeu presidente da AMM em 2014, derrotando o candidato de Taques: o então prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (então do PDT, hoje sem partido).

Em 2015, quando Riva já estava preso acusado de corrupção, Carlos Fávaro deixou o PP e se filiou ao PSD, assumindo a presidência e levando a sigla para dentro do governo Taques. Diante disso, Riva deixou o partido e sua filha, a deputada estadual Janaina Riva, entrou na Justiça para obter autorização para se desfiliar sem perder o mandato. Com a decisão em mãos, ela foi para o PMDB e se manteve na oposição ao governo.

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