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Menos de 3% das amostras tinham bactérias, diz ministério

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Menos de 3% das amostras tinham bactérias, diz ministério

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, anunciou nesta quinta o término da auditoria das 21 unidades frigoríficas que foram denunciadas na Operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal (PF), no dia 17 de março. 

Segundo o secretário, foram recolhidas pela força-tarefa 302 amostras de produtos de forma preventiva. Desse total, oito amostras (2,6%) apresentaram problemas capazes de afetar a saúde pública. Dessas oito, sete tiveram confirmada a presença de salmonella e uma de estafilococos. Todas as amostras foram enviadas para análise em unidades do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) do Ministério da Agricultura.

Sete laudos se referem a hambúrgueres contaminados por salmonella produzido pelo frigorífico Transmeat (SIF 4644), dono da marca Novilho Nobre. Essa linha de produção da empresa foi fechada e os lotes do produto recolhidos no dia 23 de março. Os produtos serão obrigatoriamente descartados e destruídos, sob supervisão de técnicos do Mapa.

Também foi constatada a presença da bactéria estafilococus coagulas positiva na linguiça cozida produzida pelo Frigorífico FrigoSantos (SIF 2021). “Esta análise só ficou pronta hoje pela manhã, sendo determinado o recolhimento preventivo da linguiça e interdição desta linha de produção”, disse o secretário-executivo.

Água no frango
Dentre o lote de 302 amostras recolhidas para análise, 31 (10,2%) delas apresentaram problemas de ordem econômica que não necessariamente representam fraudes, mas demonstram a não observância de normas técnicas como excesso de amido em salsicha ou adição de água além do permitido em frango.

As 31 amostras com problemas de ordem econômica referem-se a embutidos, onde foi encontrado ácido sórbico, conservante proibido em salsichas e linguiças. Esses produtos saíram dos frigoríficos Souza Ramos, no município de Colombo (PR), e de unidades do Peccin em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC) e já foram recolhidos do comércio. Foi comprovado ainda excesso de amido em salsichas produzidas por esses mesmos frigoríficos.

Também foram encontrados problemas de ordem econômica na produção de frango com excesso de água, processado pela unidade da BRF de Mineiros (GO) e pelo Frango DM.

A BRF afirmou que alguns dos resultados dos testes foram divergentes dos resultados obtidos nos controles realizados diariamente pela própria empresa e que “inúmeras variáveis” como condições de transporte e acondicionamento do frango podem alterar as análises. A companhia disse que solicitou contraprova junto ao Ministério da Agricultura e que está realizando uma “verificação rigorosa nos seus controles de processo na fábrica e centros de distribuição”. “Até uma resposta definitiva, os produtos permanecerão retidos, apesar da inexistência de riscos à saúde do consumidor”, completou a BRF. 

Sem registro
O Mapa iniciou o procedimento para cancelar o SIF dos frigoríficos Peccin (SIFs 825 e 2155) e do Central de Carnes (SIF 3796). “Outros frigoríficos também poderão ter o registro cassado, na medida em que nossas auditorias avancem. Todos os que erraram terão de pagar pelo erro. Não importa se são grandes ou pequenas empresas”, alertou Novacki.

O secretário explia ainda que, por orientação do ministro Blairo Maggi e pelo fato de a força-tarefa ter encerrado os trabalhos antes das três semanas previstas, o ministério vai intensificar a fiscalização e antecipar o calendário de auditorias. Já estão sendo realizadas ações em Pernambuco, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. As equipes de fiscalização nesses estados terão rodízio com troca de posições e até possíveis substituições de superintendentes. “Queremos que essas auditorias nos deem a situação real de como estão funcionando os serviços de inspeção em cada estado”, concluiu. 

Novacki informou ainda que todos os indícios de crime, seja contra a saúde pública ou de ordem econômica, serão encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal para providências. 

(Com informações da Agência Estado)

Gabriele Schimanoski/O Livre

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 Frigoríficos em Mato Grosso não foram alvo de operação da Polícia Federal

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