O governador Mauro Mendes disse que o presidente Lula opta por uma “agenda negativa” de meio ambiente ao defender o desmatamento zero no país.
A legislação brasileira já seria uma das rigorosas no mundo para a exploração ambiental e estaria, em termos de restrição, bem acima daquilo que é permitido em outros países.
“Nós não podemos parar de fazer o Brasil crescer para entregar ao mundo uma coisa que o mundo não entrega para nós. A Europa já desmatou tudo, os Estados Unidos já desmataram tudo, a Argentina já desmatou tudo. Não queremos desmatar tudo, queremos preservar 80% da Amazônia, algo que ninguém no mundo tem”, afirmou.
A fala de Mauro Mendes foi um comentário à declaração de Lula de zerar o desmatamento no Brasil até 2030. O presidente disse que precisa do apoio de governadores, principalmente dos estados integrantes da Amazônia Legal, para atingir o objetivo.
Mauro disse que a segurança de um país se deve, em grande parte, pelas leis estabelecidas. No caso do meio ambiente, o Código Florestal já estabelece “as regras do que pode e como podem” ser explorados os recursos naturais.
Ele disse que a insegurança jurídica e social pode ser gerada por falas defendendo medidas que sequer são cobradas na legislação do país.
“Nenhum homem público, no exercício da sua atividade, pode conspirar ou ser contra uma lei existente. Nós fizemos um juramento de honrar a Constituição e as leis brasileiras. A lei brasileira é muito clara do que se pode fazer, portanto, eu continuo defendendo a lei”, afirmou.
A posição de Lula tem a ver com a pressão de países estrangeiros pela preservação total da Amazônia. França e Alemanha estão dentre os governos que querem o desmatamento zero.
O governador Mauro Mendes tem dito que a pressão estrangeira tem viés econômico, pois o Brasil estaria a caminho de se tornar o maior produtor de commodities no mundo. Uma regra de desmate zero colocaria um freio no crescimento.
Mauro disse que continua a defender medidas mais duras para os desmates e legais, com a aplicação das mesmas punições para as pessoas condenadas por plantio de maconha ou produção de cocaína.
O cenário projetado pelo exterior seria de um Brasil sem avanço tecnológico. “Queremos manter todo mundo lá, embaixo de árvores, catando coquinho como se fossem índios? Me desculpe, não é isso que é bom para o Brasil”, disse.
