O governador Mauro Mendes (União) criticou a manutenção dos juros em 10,5%, mas defende a autonomia do Banco Central para gerir as regras fiscais.
“A inflação pode ser boa para o governo, porque, quando os preços estão altos, o governo performa melhor na arrecadação. Mas inflação alta é péssima para o trabalhador que sobrevive com salário”, disse.
O Copom (Comitê de Política Monetária) interrompeu ontem (19) a sequência de cortes nos juros e manteve a taxa em 10,5%. O comitê vinha cortando em torno de 0,5% a cada 45 dias.
A decisão desagradou o presidente Lula, que já disse que a taxa de juros seria “a única coisa desajustada” no país.
Por outro viés, o Copom interrompeu os cortes em decisão unânime, mostrando a avaliação de que a economia brasileira não vai bem.
O governador Mauro Mendes disse que a discordância não é motivo para a interferência do governo federal no Banco Central. Isso pode acontecer nos próximos meses, quando será escolhido um novo presidente do BC.
A escolha é prerrogativa do presidente.“Os bancos centrais em todo o mundo precisam de autonomia, eles são os guardiões da moeda e da estabilidade da moeda, para evitar que se entre em recessão. Quando se perdeu essa referência, todos os países tiveram problema”, disse Mendes.