Ednilson Aguiar / O Livre
Major Michel Ferronato é acusado de participação em esquema para obstruir investigações do Caso do Grampos Ilegais
O ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou o major Michel Ferronato a comparecer a duas avaliações da Polícia Militar que são pré-requisitos para que ele seja promovido. A autorização do ministro era necessária pois Ferronato cumpre medidas cautelares por suposto envolvimento no caso dos grampos ilegais, entre as quais a proibição de entrar em edifícios da PM de Mato Grosso.
Na decisão que deu liberdade a Ferronato, no final de outubro, o ministro já havia autorizado o major a participar da 2ª chamada da prova. Contudo, houve demora no cumprimento na decisão e o militar acabou perdendo a data. Agora, o major deverá participar da avaliação em datas de reteste marcadas para os dias 28 e 29 de novembro.
O major poderá ir, escoltado, à Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (ESFAP), à Pista de Atletismo do Dom Aquino e à Diretoria de Saúde da PM.
Ferronato foi preso durante a Operação Esdras, deflagrada contra um grupo que tentava supostamente obstruir as investigações dos grampos telefônicos realizados por militares ligados à cúpula do governo do Estado.
O major teria atuado para coagir e cooptar o tenente-coronel José Henrique Soares para gravar clandestinamente o desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso dos grampos enquanto o processo esteve no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ferronato é acusado de ter oferecido uma promoção a Soares para convencê-lo a gravar Perri.
O plano desmontado na operação consistiria na instalação de uma câmera na farda do tenente-coronel para tentar captar conversas que pudessem colocar Perri sob suspeita. O major nega participação no plano. Ferronato alega que apenas conversou com o tenente-coronel por uma amizade que os dois mantinham e diz que nunca prometeu qualquer vantagem a Soares.
