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Mãe relata suposta troca de bebês em maternidade de Alta Floresta

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Mãe relata suposta troca de bebês em maternidade de Alta Floresta

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Bebês trocados Alta Floresta

Uma mãe de Alta Floresta (791 km de Cuiabá) usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre uma suposta troca de bebês na maternidade do Hospital Regional Albert Sabin. De acordo com Francielli Monteiro Garcia, de 24 anos, ela teve um parto complicado no dia 20 de maio de 2017. No mesmo dia, 20 minutos após dar à luz a um menino, outra mãe também teve o parto de um menino e as duas dividiram o mesmo quarto – neste momento é que poderia ter ocorrido o engano.

“Como eu tive complicações no parto, não tive o privilégio de ver o rostinho do meu filho assim que nasceu. Fui encaminhada ao centro cirúrgico e lá fiquei por quase 40 minutos. No entanto, foi aí onde tudo começou. Durante esse tempo de minha ausência, infelizmente, o destino de Eduardo e Felipe foram trocados na maternidade após nascidos”, diz trecho da publicação.

Francielli diz ainda que só desconfiou da suposta troca meses depois quando foi a um posto de saúde para dar as vacinas para o filho e acabou se encontrando com a outra mãe. Segundo a denunciante, o bebê desse mãe era muito parecido com seu marido.

“No dia 03/10/2017 eu tive o primeiro encontro com meu filho biológico, sem sabermos de nada, sem combinar nada, tanto eu como a outra mãe fomos colocadas frente a frente pelos propósitos e destino de DEUS, e ali onde começou a minha luta, a minha batalha. Nesse dia, me lembro que chorei muito, mas muito mesmo, pois não vou negar que no princípio eu não quis acreditar nessa possibilidade de trocas de bebês de maneira nenhuma, mas como a dúvida veio e falou mais alto, fui atrás de respostas e fiz o exame de DNA. Fiquei aflita por mais de 30 dias, mas enfim, no começo de novembro chegou o resultado dizia com todas as letras, comprovando o que eu menos esperava, que Eduardo não era meu filho biológico”, explica ela.

Ainda na publicação, Francielli pede agilidade da justiça para que a suposta troca seja desfeita e ainda diz que o hospital está usando uma possível falha humana para justificar o problema.

“Pois sei que errar é humano, quem sou eu para julgar, só Deus mesmo, mas isso não justifica permanecerem no erro, pois estão utilizando esse termo ‘Falha Humana’ para tapar a falta de responsabilidade que muitos deveriam ter, e não a usam com o próprio ser humano”, diz.

De acordo com a defensor público de Alta Floresta, Túlio Ponte, ele foi procurado por ambos os pais das crianças envolvidos na suposta troca e deu orientações sobres os procedimentos a serem adotados.

“Eles estiveram aqui, conversamos muito sobre o que fazer, sobre como proceder com os pedidos de DNA, mas foi apenas isso, uma conversa, nenhum deles deu continuidade ao processo com nosso auxílio. Até o momento, o que eu sei dizer – e ainda assim, por alto – é que a outra mãe não quer se pronunciar sobre o caso”, explicou o defensor.

Já o Hospital reconhece que ambas as crianças nasceram na unidade, mas nega ter qualquer conhecimento sobre uma possível troca dos recém-nascidos na maternidade.

Confira a nota na íntegra
O Hospital Regional de Alta Floresta disponibiliza para suas pacientes parto cesariana e vaginal. Com equipe especializada e ambiente apropriado para oferecer conforto às gestantes. Temos uma sala de parto, 5 leitos de pré-parto e um alojamento conjunto com 6 leitos.

Todo recém-nascido (RN) é recepcionado pelo enfermeiro, e identificado conforme o Protocolo da instituição, que consiste em: Na recepção da gestante em trabalho de parto identifica a mãe com pulseira, e imediatamente após o nascimento coloca a pulseira no RN com o nome da mãe, data do nascimento, hora e sexo; em seguida apresenta o RN à mãe e acompanhante, mostrando a pulseira identificada no RN com seu nome, encaminhando em seguida ao alojamento conjunto, se as condições clínicas da mãe e do RN permitirem. No alojamento conjunto, o RN é colocado em berço de acrílico, identificado com a sigla “RN” seguida do nome da mãe, ao lado do leito materno.

Segundo relato da equipe de enfermagem havia 2 mães em trabalho de parto naquele instante. A mãe Franciele Monteiro Garcia, teve o RN na sala de parto às 20h46, nasceu hipoativo, foi recepcionado, colocado em berço aquecido, e em oxigenioterapia. A puérpera após o parto apresentou hemorragia e foi encaminhada ao centro cirúrgico para controle. Em seguida a enfermeira foi chamada no quarto ao lado onde se encontrava outra gestante, já em trabalho de parto que aconteceu ali mesmo no quarto. O RN foi levado à sala para os cuidados e, em seguida, entregue à mãe em alojamento conjunto, porém o RN de Francielle continuou em oxigenioterapia, no berço aquecido na sala de parto. Procedimento normal para esses casos.

A acompanhante relatou que esteve todo o tempo acompanhando o processo, desde o parto até o outro dia. E que não consegue imaginar como isto foi acontecer, pois permaneceu acompanhando e cuidando do RN desde o seu nascimento. Essa informação foi obtida quando a Enfermeira chefe do hospital foi comunicada na Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue (UCT), quando foi solicitada por uma funcionária que informou sobre a suspeita da troca e mostrou o resultado do exame de DNA, até esse momento não havia ocorrido quaisquer informações sobre este fato formalmente ao hospital.

O hospital até o momento não encontrou qualquer falha nos procedimentos adotados, pois as crianças saíram corretamente identificadas constando o nome da mãe, data, horário do nascimento e sexo, as mães estiveram alojadas no mesmo ambiente após o parto em conjunto com seus RN’s até a alta hospitalar.

José Marcos Santos da Silva
Diretor Geral
Hospital Regional de Alta Floresta Albert Sabin
Ascom SES/MT

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