Negócios

Lula precisa corrigir o rumo com o agronegócio, diz Neri Geller

Ex-secretário disse que leilão do arroz foi um equívoco político por falta de conversa com o setor produtivo

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Lula precisa corrigir o rumo com o agronegócio, diz Neri Geller

Com um ano e meio de mandato, o governo do presidente Lula ainda não se acertou com o setor agropecuário. O leilão do arroz é uma amostra que ele ainda não encontrou um caminho estável para conversar com um dos pilares da economia.  

O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Neri Geller, foi exonerado, mas deixou o recado de que o governo Lula continua perdido nas tentativas de negociação com os produtores rurais. 

“Na minha opinião, o governo precisa corrigir o rumo de conversas com o agronegócio e principalmente com a Frente Parlamentar da Agropecuária. A relação de alguns ministérios com essa bancada que é tão forte e idealista [não é aproveitável]. Mesmo que eles sejam de uma ideologia contrária à do governo, eles podem e devem ser aproveitados a favor do Brasil, com pautas convergentes, como é a produção”, afirmou Geller em entrevista à Band News. 

Geller disse que, além das falhas cometidas ao não seguir orientações técnicas sobre o leilão, o governo federal caiu em um equívoco político ao não ouvir produtores sobre a disponibilidade do cereal no país. 

Várias entidades sindicais do agro se opuseram à negociação do governo. Lula disse que tenta controlar o preço do arroz no curto prazo, pois o mercado pode ser afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, mas também tentou amenizar a imagem negativa que tem com os produtores, mais próximos a Bolsonaro. 

O leilão foi cancelado por causa de uma série de erros e a suspeita de direcionamento da compra para pessoas próximas a Neri Geller. O ex-secretário disse que tem sido usado como bode expiatório na confusão. Segundo ele, houve “desorganização” e “atropelo” no certame que levaram às falhas. 

“A relação com o Congresso precisa ser melhorada, com certeza uma das bancadas mais fortes hoje é a Frente Parlamentar da Agropecuária. Estou torcendo para o ministro [Carlos Fávaro] pacifique, dialogue mais, que não centralize tanto as ações. O Ministério da Agricultura talvez seja o ministério mais importante da economia do Brasil hoje, ele precisa ser bem direcionado”, afirmou. 

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