O Sindicato de Regulação e Fiscalização de Cuiabá (Sindarf) tem dívida de R$ 1,2 milhão. A entidade é presidida pelo vereador Paulo Henrique (MDB) há 14 anos seguidos, via reiteradas reconduções.
A lista de credores sem receber tem postos de combustíveis e lojas de materiais de construção, por exemplo. O LIVRE teve acesso à informação por meio de uma fonte ligada ao sindicato. A dívida foi descoberta no fim do ano passado, num período em que vários sindicalizados se desligaram por suspeita de irregularidades na gestão.
“A dívida está judicializada, mas só tivemos acesso à informação porque procuramos saber como estavam as contas. E não tivemos acesso a todas as informações. Não vimos acontecer nenhuma reforma ou aumento da sede do sindicato nos anos recentes”, afirmou a fonte.
Na semana passada, um grupo de sindicalizados publicou uma nota de pedido de saída de Paulo Henrique da direção do sindicato. O motivo foi a Operação Ragnatela, que investiga o vereador por suposta ligação com o crime organizado.
Mas, houve uma decisão anterior em assembleia que anulou o comando de Paulo Henrique. Ele continua no cargo por decisão liminar (provisória) da Justiça. A dívida não divulgada aos membros foi uma das justificativas da decisão.
A fonte ouvida pelo LIVRE afirma que o próprio conselho fiscal do Sindarf não tinha informações sobre a dívida de R$ 1,2 milhão. Ele é composto por 6 membros, 3 titulares e 3 suplentes. Todos exercem a função por indicação do vereador Paulo Henrique.
“Não tem por que eles se preocuparem com isso, eles ficam quietos nos cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior), comissionados, e o Paulo Henrique faz o que ele bem quiser”, comentou.
A agência de regulação em Cuiabá conglomera 3 categorias de servidores, agentes ou fiscais de trânsito, transporte e ambiental. O sindicato representa todos eles.
O LIVRE tentou contato com o vereador Paulo Henrique por mensagem e por chamada de telefone, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço continua aberto.