Ednilson Aguiar/ O LIVRE
Ex-bicheiro deve conseguir liberdade depois do recesso do Judiciário
A defesa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro obteve uma vitória na Justiça Federal, revogando um mandado de prisão preventiva da 5ª Vara Federal de Mato Grosso. Apesar da decisão favorável, o ex-bicheiro permanece preso devido a condenações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso – João Arcanjo tenta progressão de suas penas para o regime aberto.
A decisão foi dada em 8 de novembro e é mais um item riscado da lista de impedimentos para que o homem que já foi considerado o chefe do crime organizado no Estado consiga sua liberdade. O juiz João Moreira Pessoa de Azambuja determinou uma fiança de R$ 80 mil e o monitoramento eletrônico, por meio de tornozeleira.
No dia 18 de dezembro, a psiquiatra Luiza Forte Stuchi entregou um relatório que indica que o ex-bicheiro tem condições de cumprir o restante de suas penas fora da prisão. João Arcanjo passou por um exame criminológico para determinar o grau de agressividade, periculosidade e maturidade, com o objetivo de avaliar a possibilidade de que ele cometa novos crimes. De acordo com o relatório, o ex-bicheiro teria baixa probabilidade de reincidir criminalmente.
A progressão de pena de João Arcanjo Ribeiro ainda é analisada pelo juiz Geraldo Fidelis, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá. O ex-bicheiro já foi condenado a mais de 82 anos de prisão pelos crimes de homicídio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, entre outros – ele ainda responde a outras ações penais, sendo duas por crimes contra a vida.
Arcanjo está preso desde 2003, quando foi detido no Uruguai depois de fugir do país. Em setembro, o ex-bicheiro foi transferido de um presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Aos 66 anos de idade, João Arcanjo Ribeiro pode conseguir sair da prisão depois do recesso do Judiciário.