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Justiça defere pedido de recuperação judicial de grupo do agro com dívida de R$ 236 milhões

Grupo Bergamasco tem propriedades em Nova Mutum, Tapurah e São José do Rio Claro e produz milho, soja e cria gado de corte

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Justiça defere pedido de recuperação judicial de grupo do agro com dívida de R$ 236 milhões

A juíza da 1ª Vara Regional e Especializada em Recuperação Judicial e Falência de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Bergamasco, com dívida declarada de R$ 236 milhões. A magistrada já havia suspendido ações de execução contra o grupo por 60 dias ao deferir a tutela cautelar de urgência, agora a blindagem dos bens essenciais à atividade do grupo passa a ser de 180 dias, e o plano de recuperação judicial deve ser apresentado em até dois meses.

O grupo é formado pela família de produtores rurais José Osmar Bergamasco, Jefferson C. Bergamasco e Jacson C. Bergamasco que possui atividades nos municípios de Nova Mutum, Tapurah e São José do Rio Claro com produção de soja, milho e criação de gado. Há mais de 50 anos em atividade, atualmente as empresas do grupo empregam 36 funcionários diretos.

No pedido de recuperação judicial o grupo cita a baixa produtividade por conta da escassez de chuvas na região em 2017, a alta dos juros, a pandemia, e até mesmo um incêndio acidental na plantação, no qual o senhor José Bergamasco teve 50% do corpo queimado ao tentar ajudar no combate às chamas.

“A história do grupo familiar que há mais de meio século produz e contribui para o desenvolvimento da economia se confunde com a de inúmeros outros casos de recuperação judicial. São trabalhadores resilientes, que apesar de todas as dificuldades, insistem em sua vocação, mas por fatores externos, dos quais não possuem controle, se encontram em uma crise momentânea, da qual precisam da recuperação judicial para a manutenção da atividade”, pontua a advogada Ramirhis Laura, da ERS advocacia, responsável pelo pedido de recuperação judicial do grupo.

Ramirhis Laura, da ERS advocacia.

Na decisão a magistrada nomeou o como Administrador Judicial a empresa EX Lege Administração Judicial Ltda. de propriedade de Breno Augusto Pinto de Miranda.

Histórico

Os produtores rurais chegaram em Mato Grosso em 1995, com a compra de cinco mil hectares no município de Tapurah/MT, nomeada Fazenda Três Irmãos. No ano seguinte arrendaram a Fazenda Colibri, com 380 hectares para plantio em Nova Mutum.

Em 2003, após a dissolução de uma sociedade, o grupo passou a ter 1,7 mil hectares em Tapurah, onde produziam na lavoura e tinham a criação de gado de corte.

Em 2017 compraram a Fazenda Mata Azul, também em Nova Mutum, com a 1.830 hectares de área total e 1.450 de área de plantio. compraria mais duas fazendas.

Já em 2018 arrendaram outras duas novas áreas, uma de lavoura, com área de cinco mil hectares, denominada fazenda Vista Alegre e outra para pecuária, com área de 1,2 mil hectares, ambas no município de São José do Rio Claro.

Após o início da crise, onde enfrentaram baixa produtividade, anomalias nos grãos, alta dos juros, pandemia e até mesmo um incêndio, o grupo vendeu em 2021 a Fazenda Mata Azul, de 1,8 mil hectares para quitar dívidas a curto prazo.

Hoje com dívidas de R$ 236 milhões, serão assessorados pela ERS Advocacia para negociar com os credores.

(Com Assessoria)

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