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Greve de fome em presídios de MT chega ao terceiro dia

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Greve de fome em presídios de MT chega ao terceiro dia

Ednilson Aguiar/O Livre

Complexo Centro socioeducativo Várzea Grande

A manifestação dos reeducandos já chegou ao terceiro dia

Ao menos 5 mil presidiários estão realizando um protesto dentro das unidades prisionais de Mato Grosso. Os presos não estão aceitando comida e suspenderam qualquer atendimento fornecido pelo Estado.

Nesta quarta-feira (08), os detentos já entram no terceiro dia de protesto. Até o momento não há registros de nenhuma pessoa que passou mal pela falta de comida.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista Pereira de Souza, presidiários de 15 unidades do Estado estão participando do protesto, que teve início na segunda-feira (6).

“Além de ficar jejuando, eles se recusam a sair das celas para escolta, ou atendimento de advogados e audiências. Com isso, os atos processuais deles estão todos suspensos”, disse João Batista.

O sindicalista afirmou ao LIVRE que alguns detentos começaram a desistir da greve, porém, outros estados começaram a aderir ao protesto a mando da faccção criminosa “Comando Vermelho”.

Os presidiários divulgaram um texto no dia 03 de novembro com as reivindicações da greve e informando que seria dado início na segunda-feira (6).

Dentre as reivindicações estão a melhoria da saúde nas unidades prisionais. Eles afirmam que vários detentos estão morrendo por negligência do Governo, que não contrataria médicos e deixaria de comprar medicamentos adequados para os tratamentos.

O comunicado também cita a falta de dentistas, falta de alas com melhores condições de tratamentos médicos, como tuberculose, superlotação carcerária – em que celas para oito reeducandos estão abrigando mais de 40 – e a falta de oportunidade de trabalho e estudos dentro das unidades prisionais do Estado.

Uma das acusações que constam no texto divulgado diz que os reeducandos estão sendo transferidos de forma “clandestina”, com o aval da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), mas sem o conhecimento das varas de execuções penais.

“Onde reeducandos são levados para tratamentos desumanos como tortura psicológica e física em unidades prisionais distantes, com o aval do Governo”, disseram no comunicado.

Eles afirmaram ainda que a manifestação seria pacífica, o que até o momento tem sido cumprido, como confirmado pela Sejudh.

Contrariando os pedidos dos detentos, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos informou por meio de nota que todas as unidades do Sistema Penitenciário possuem equipes médicas completas. E que além disso serão contratados novos médicos para repor e ampliar o quadro.

Quanto aos medicamentos, a Sejudh informou que os presídios do Estado recebem os mesmos disponibilizados à população, que são distribuídos pelas Secretarias Municipais de Saúde.

Sobre o tratamento de tuberculose, a secretaria afirmou que todos os reeducandos diagnosticados com a doença recebem medicação diariamente e que o tratamento tem sido acompanhado com exames e avaliações clínicas.

Já sobre a superlotação carcerária, problema sempre citado também pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), a Sejudh afirmou que projetos para ampliação e vagas estão aguardando a aprovação do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça.

Durante a greve dos detentos, revistas e procedimentos de segurança estão sendo realizados normalmente nas unidades. Eles também não proibiram o recebimento de visitas.

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