A receita de Mato Grosso poderá cair R$ 7 bilhões nos próximos anos, se o modelo de reforma tributária mais cotado for implantado no país. A estimativa foi divulgada hoje (25) pelo governador Mauro Mendes, que admite que será necessário um rearranjo das previsões de obra.
Segundo ele, uma das maiores perdas ocorreria com a redução do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab). De saída, o dinheiro arrecado cairia R$ 3 milhões, e chegaria a “acabar” no prazo mais estendido.
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“Muitas contas estão sendo feitas, mas existe uma estimativa de que perderíamos de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões. É óbvio que se tiver menos dinheiro, terá que se cortar muita coisa, mas… cada dia com a sua agonia”, disse o governador.
A estimativa do governo equivale a 23% do Orçamento previsto para este ano. De 2022 pra cá, a previsão de dinheiro em caixa do governo de Mato Grosso cresceu 15,3%. O orçamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) está em R$ 3 bilhões. O valor também é maior do que a estimativa de R$ 4,9 bilhões de investimento em 2023.
“Superperdedor”
O corte ocorreria por causa da redução dos impostos a uma taxa única e mudanças na forma como o novo imposto seria cobrado. Mauro Mendes disse que Mato Grosso estaria na lista dos estados “superperdedores” com a reforma tributária.
Além da cobrança direta ao cidadão, o agronegócio é apontado por ele como o grande grupo pagador de impostos. Teria sido a expansão do agro nos últimos anos que alavancou o crescimento da receita. O principal imposto é o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços), que deixaria de existir.
“Eu acho que a reforma vai ser aprovada, e tem que ser aprovada. Agora, nós temos que minimizar o impacto dela dentro da realidade das coisas de Mato Grosso”, afirmou.
O governador disse ainda que existe “espaço para soluções” na montagem da proposta da reforma tributária e sua equipe econômica estaria pensando em alternativas para mitigar o impacto negativo. O esforço incluiria conversas com outros estados.
“Provavelmente, na semana que vem eu vou mudar completamente a minha agenda, para ir a alguns estados conversar com governadores, estar mais presente em Brasília”, disse.