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Governador aponta fraude em denúncia de promotor

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Governador aponta fraude em denúncia de promotor

Ednilson Aguiar/O Livre

O governador Pedro Taques e o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas

 O governador Pedro Taques ao lado do secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas

Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 12, o governador Pedro Taques (PSDB) disse tratar-se de “fraude” a denúncia do ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) Mauro Zaque, segundo a qual policiais militares estariam efetuando grampos ilegais em obediência ao alto escalão do governo. Disse ainda que irá representar Zaque, que é promotor de Justiça, junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ele negou ter conhecimento de qualquer esquema de grampos em seu governo e afirmou que nunca pediu que fossem realizadas escutas ilegais. 

De acordo com o governador, duas denúncias foram apresentadas. A primeira se referia à utilização de escutas ilegais durante a investigação de policiais militares de Sinop supostamente envolvidos com o tráfico de drogas. Essa denúncia, segundo Taques, foi recebida pelo seu chefe de gabinete, José Arlindo, e entregue a ele, que remeteu ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para investigar. A denúncia foi arquivada por falta de provas. 

A segunda denúncia, de acordo com o secretário de Comunicação do governo, Kleber Lima, “agregaria informações a partir do presídio de Cáceres”. É essa situação que está sendo investigada atualmente. O ofício contendo essa denúncia foi considerado “uma fraude” pelo governador, que afirma nunca ter recebido o documento em suas mãos. “Tivemos acesso ao ofício depois que o jornalista [do Fantástico] entrou em contato com a secretaria de Comunicação”, disse Taques. “Vai ser feita a perícia nesses documentos”. 

Segundo Taques, Zaque simulou ter enviado um ofício ao governador comunicando as denúncias do presídio de Cáceres e, para isso, teria falsificado um protocolo de um ofício com mais de 200 páginas de anexos (veja abaixo). “Esse ofício nunca chegou em minhas mãos, e eu só posso tomar atitude sobre coisas de que eu tenho conhecimento. Portanto, esse documento é uma fraude. O processo que Mauro Zaque disse que protocolou não existe no Palácio Paiaguás. O número que ele deu é de um processo da Secretaria de Infraestrutura pedindo obra em Juara. Pra mim, isso é uma fraude”, acrescentou o governador.

O secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, disse que apenas as polícias Federal e Civil, além do Gaeco, dispõem do sistema de interceptações telefônicas denominado Guardião. No caso em questão, a PM só usou o sistema porque o Gaeco autorizou para que crimes militares fossem investigados.

Providências

O governador Pedro Taques disse que determinou ao secretário de Segurança, Rogers Jarbas, que faça a investigação sobre o caso na Polícia Militar. Jarbas informou que vai abrir processo administrativo para apurar a denúncia e determinar que a Polícia Civil faça a investigação criminal.

“O sistema Guardião é totalmente auditável”, disse Jarbas. “É possível saber como e quando foi utilizado, que dados foram inseridos e que registros foram acessados. Vamos auditar toda a utilização que a Polícia Militar fez do Guardião desde 2013”.       

Ontem, o advogado Paulo Taques, que também é primo do governador, deixou o cargo de secretário-chefe da Casa Civil para cuidar da defesa do governador perante a Justiça (clique aqui para ler a reportagem). “Eu fui acusado de ter prevaricado. Paulo irá defender o meu maior patrimônio, a minha honra”, disse o governador, afirmando que o ex-secretário não está sendo investigado. 

Gaeco se manifesta
Também nesta sexta, o Gaeco disse que as informações apresentadas pelo governador no ofício 446/2015 — arquivadas posteriormente — não têm relação com os fatos ocorridos em Cáceres. 

Outro lado

A reportagem do LIVRE tentou contato com Mauro Zaque mas o celular está desligado desde a quinta-feira, quando as denúncias vieram à tona.

Atualizada às 18h08.

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