A arte de Gervane de Paula ganha ainda mais visibilidade. Ao tempo em que o artista é indicado ao Prêmio Pipa, um dos mais importantes do país, ele se prepara para temporada na capital mineira. Nesta terça-feira (22), ele chega a Belo Horizonte para a montagem da exposição-instalação Mundo Animal. O projeto foi selecionado em edital da Funarte e conta com patrocínio do Ministério da Cultura.
O público pode apreciar o trabalho de Gervane, de 6 de junho a 20 de julho no espaço Funarte, no Centro da cidade. A abertura da exposição será no dia 6, às 20 horas.
Em “Mundo Animal”, Gervane retrata com grande número de peças em tamanhos, formatos e linguagens diferentes, segundo ele, o bárbaro mundo em que vivemos. Mensagens permeadas pelo sarcasmo “disparam” contra a hipocrisia. Certa vez, a crítica de arte, Aline Figueiredo descreveu bem o efeito. “Gervane faz do deboche o gatilho da comédia crítica da sua plástica”.
Por mais que os temas explorados sejam inquietantes, o espectador se enamora de cada detalhe da mostra, e se envolve, pensa junto. São ilustrações, pinturas, esculturas, arte mural, gravuras, pedras, latões, argila, sucata, enfim, todos os suportes e materiais diversos que evidenciam e originam da sociedade industrial e de consumo.
Muitas obras distribuídas pelos espaços da mostra são inspiradas por filmes, por noticiários de TV, por críticas ao culto do corpo e ainda, aproxima o público do artista ao ponto em que revisita sua trajetória. Ele relembra parceiros, celebra referências e revisita a literatura regional que conceitua as artes visuais.
Mas o artista inovador e propositivo ressalta: “Minha arte não é panfletária, são só obras de arte. Irreverentes e bem-humoradas, não tem espaço para o rancor. Não é a favor de ninguém, em outra via, talvez seja contra”, arremata o cuiabano.
Gervane é um dos nomes mais representativos da “Geração 80”, movimento artístico brasileiro de grande relevância nas artes visuais mato-grossense. Sua obra, como conceitua, tem sua natureza na cultura de massa, popular e religiosa e trata do realismo social retratando várias formas de violência urbana. E para isso, parte do do cenário local para retratar o mundo em que vive. Sua produção está situada entre a pintura, desenho, objeto e instalação, utilizando diversos suportes e materiais.
Fotos da galeria, gentilmente cedidas por Protásio de Morais.