Mestre e fundadora do grupo Flor Ribeirinha, Dona Domingas, ou Dominguinhas, como é carinhosamente chamada por amigos e familiares, foi uma das vencedoras do prêmio Culturas Populares 2018, realizado pelo Ministério da Cultura (MinC). Ela emplacou a segunda maior nota da região Centro-Oeste, contemplada junto a outros mais dois mato-grossenses: o artesão da viola de cocho, Alcides Ribeiro e o músico cururueiro, Tomaz Flaviano.
A premiação tem como objetivo fortalecer as expressões culturais brasileiras que retomam práticas em processo de esquecimento e que difundam as expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem. Moradora da comunidade São Gonçalo Beira Rio, região do Coxipó, Domingas é referência quando o assunto é cultura popular em seu sentido mais amplo: ser e fazer a arte com as próprias mãos.
Domingas é artesã e, há mais de meio século, constrói sonhos na mesma comunidade onde viveram sua avó, uma índia coxiponés, sua mãe e ela própria. Aos 64 anos de vida, desde os oito anos de idade ela vive as artes da dança do siriri, de ouvir o cururu de velhos curureiros e criar; agora, prepara o terreno para seus filhos e netos darem continuidade.
Dona Domingas também é gestora cultural, compositora, dançarina e chefe de cozinha. Atualmente, o seu trabalho de preservação e divulgação da cultura mato-grossense junto ao grupo Flor Ribeirinha tem alcançado o reconhecimento nacional e internacional. “Este prêmio representa muito para mim, pois é o reconhecimento de um trabalho incansável. Tenho o maior orgulho de nossas tradições e também a disposição para o trabalho de preservação da beleza, essência e alegria da nossa cultura popular”.
O prêmio Culturas Populares 2018 homenageia a cantora pernambucana Selma do Coco, nascida em 1929, na cidade de Vitória de Santo Antão. Selma morreu em 2015, deixando como principal legado a sua contribuição para a consolidação do coco, ritmo típico do Nordeste brasileiro, como referência nacional.
(Com assessoria)
