Normalmente, o artista que se lança em uma produção de cinema independente, opera em várias frentes. E claro, com orçamento baixíssimo e recursos limitados. Além de assumir inúmeras funções, ele ainda tem que ter uma boa história. E não só isso. A abordagem e o modo de conta-la podem ser determinantes para o sucesso da obra.
O jovem cineasta Rafael Irineu, tem consciência das adversidades, mas não é nada que o desanime ou tire o seu foco. Afinal, a primeira produção a circular por festivais brasileiros e internacionais, não foi apenas selecionada ou finalista, mas sim, recebeu vários prêmios. Agora, o curta-metragem Meu Rio Vermelho segue seu curso e trajetória de ascendência.
Ele será exibido com exclusividade pelo Canal Brasil até o ano que vem, tão logo estreie no programa Pausa Pro Café, apresentado pelo ator Humberto Carrão. Em fevereiro, Rafael foi até o Rio de Janeiro para gravar sua participação para o programa que vai ao ar no dia 27 de abril, às 20 horas, com reprise no sábado (28), às 14h30 e segunda (30), às 11h30 (horário local). Encerrado o contrato com o Canal Brasil, é a TV Brasil quem passa a veiculá-lo.
“Esse é um momento muito significativo. É o meu primeiro filme. Feito com baixíssimo orçamento. O ideal seria contar com R$ 80 mil, mas fizemos com R$ 3 mil investidos pela UFMT. A vontade de toda equipe e entrevistados em contar a história foi essencial para esse resultado. Pessoalmente, foi meu primeiro passo para seguir uma linha de pensamento e de realizações que se insira no cinema mais engajado. Fico feliz que ele tenha sido selecionado dentre outras produções brasileiras”.
O filme foi selecionado dentre outras centenas de produções brasileiras inscritas para participar do programa que apresenta premiados curtas-metragens produzidos em instituições de ensino superior e entrevista seus respectivos diretores. Com direção de Marcelo Velloso, a série busca descobrir as motivações de cada cineasta.
O doc
De acordo com o cineasta, o filme realça as histórias de personagens de diferentes culturas que encontrou ao longo das correntezas do Rio Vermelho. Localizado no sul do estado de Mato Grosso, o rio e sua paisagem circundante são fios condutores da obra, desde o local em que passa a ser chamado Rio Vermelho (Jarudore, Aldeia Tadarimana, Rondonópolis, até o ponto de sua deságua, no Pantanal).
O documentário pretende compartilhar com o espectador impressões acerca da importância sócio-econômico-cultural e da necessidade de preservação do Rio Vermelho. Temas ambientais foram abordados, como o uso de agrotóxico na beira do rio, a poluição causada por esgotos a céu aberto, e a piracema. Já com cunho histórico, em Rondonópolis, o rio foi importante para o desenvolvimento não só da cidade, mas de todo o país.
Desde o início da ideia, em outubro de 2015, o projeto foi ganhando um percurso muito rico. O trabalho foi realizado com o consentimento e colaboração do povo indígena da Aldeia Tadarimana, e colaboração da Fundação Nacional do Índio – FUNAI.
Ficha Técnica:
Direção: Rafael Irineu
Produção: Ayrton Senna
Assistente de Produção: Isabela Sanders e Bruno Figueiredo
Direção de fotografia: Rafael Irineu
Drone: Jonei Lima
Produção Executiva: Rafael Irineu
Som Direto: Keko Ekesio
Montagem: Rafael Irineu
Making Of: Vanelli Seller
Pesquisa: Rafael Irineu
Consultor: Diego Baraldi de Lima