Política

Estudiosos sugerem que o Brasil passe ao semipresidencialismo em 2030

Grupo que analisou a proposta na Câmara Federal diz que a separação em presidente e primeiro-ministro resolveria "problemas crônicos"

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Estudiosos sugerem que o Brasil passe ao semipresidencialismo em 2030
Foto: Agência Brasil

O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que estuda alterações no sistema de governo do Brasil aprovou na terça-feira (18) o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que recomenda a adoção do semipresidencialismo a partir das eleições de 2030.  

A mudança dependeria previamente de plebiscito e de campanha didática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com esclarecimentos básicos sobre o novo sistema de governo. 

“A sugestão de propor o semipresidencialismo a partir de 2030 foi uma unanimidade, especialmente por estarmos vivendo o período eleitoral. Ainda haveria dois mandatos no sistema presidencialista, então sem nenhum prejuízo a qualquer candidatura ou a qualquer partido político que esteja pretendendo governar o país”, destacou Moreira. 

De acordo com o texto aprovado, são características do semipresidencialismo: eleição popular direta do presidente da República; indicação do primeiro-ministro pelo presidente da República, para exercício do cargo enquanto dispuser de confiança da maioria do Parlamento; e separação entre chefia de Estado, cargo do presidente da República, e chefia de governo, exercida pelo primeiro-ministro. 

Samuel Moreira afirmou que seu relatório resume sete meses de trabalho e 10 reuniões com especialistas em busca de alternativas para aprimorar a governabilidade do país.  

“Também ficou referendado no relatório que mudança de sistema de governo não é cláusula pétrea e que cabe ao Parlamento decidir sobre isso. Não é obrigatório um plebiscito, mas sugerimos sim a possibilidade de fazê-lo”, completou. 

Segundo Moreira, mudanças em curso – como a cláusula de barreira que pretende reduzir o número de partidos políticos no País – reforçam o caminho gradual rumo ao semipresidencialismo. 

Integrante do grupo de trabalho, o deputado Enrico Misasi (MDB-SP) argumentou que os mais de 130 anos de presidencialismo no Brasil acumulam problemas crônicos que podem ser superados a partir de um novo sistema de governo.  

Ele cita, por exemplo, o fato de o presidente da República ser ao mesmo tempo o chefe de Estado e o chefe de governo.  

“A gente quer que ele seja parcial e imparcial; a gente quer que ele seja chefe de partido e árbitro do sistema. Além disso, o semipresidencialismo visa corrigir um problema de relacionamento com o Parlamento, que é crônico pelo fato de o presidencialismo exigir uma formação de maioria a posteriori”, afirmou. 

Misasi também rebateu críticas de analistas políticos quanto a possíveis decisões imediatas da Câmara sobre o tema.  

“Não é uma PEC ou projeto de lei, nem algo que vai tramitar pela Câmara. A Câmara não aprovou o semipresidencialimo. O grupo de trabalho ofereceu ao Parlamento e à sociedade brasileira um estudo sobre a viabilidade da implementação do semipresidencialismo”, esclareceu. 

O relatório de Samuel Moreira sugere a minuta de um projeto de decreto legislativo sobre o plebiscito. Na consulta, o eleitorado seria chamado a responder, sim ou não, à seguinte questão: “O Brasil deve adotar o sistema de governo semipresidencialista, em que o presidente da República é eleito diretamente pelo povo e indica o nome de um primeiro-ministro para a aprovação do Congresso Nacional?”.

O Grupo de Trabalho do Sistema de Governo Semipresidencialista iniciou as atividades em março deste ano e é composto por oito deputados.

(Com Agência Câmara)

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