O vazio é tão grande na Central de Abastecimento de Cuiabá que até as lamentações ecoam mais alto. Distribuidores de alimentos, antes acostumados ao burburinho, estão desde o início da paralisação dos caminhoneiros sem receber nenhuma carga.
A situação ficou ainda mais crítica nesta segunda-feira (27), quando a paralisação completou oito dias. O prejuízo, segundo os próprios comerciantes, é incalculável.
“A situação é muito difícil. Hoje eu só vim para lavar a banca, porque não tem nada, nós dependemos muito do transporte”, diz Luiz Rodrigues, de 46 anos, que a 23 trabalha com a distribuição de verduras. “Essa é a pior situação, desde que eu comecei a trabalhar com isso nunca vi ficar tão parado assim”, lamenta.
Quem trabalha com outras mercadorias também foi afetado com a falta de novos carregamentos, é o caso do comerciante Michael Alexandre, que foi até a Central de Abastecimento só para “fechar as portas” da sua banca de venda de embalagens.
“Eu não gosto de ficar em casa, vim só por vir, mas não tem o que fazer. Eu estou tendo prejuízo porque o pessoal que compra verdura vem aqui e compra embalagem”, diz.