O empresário Antônio Rodrigues Carvalho, delator da quarta fase da Operação Sodoma, descreveu o visível desconforto e a tensão presentes em uma reunião entre ele, o procurador aposentado Chico Lima e o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi.

“Ele sentou com a cabeça meio baixa. Eu estava nervoso naquele dia, e ele fez a proposta”, disse o delator descrevendo Cursi. “O senhor pode receber desta maneira e fica metade para o Estado. Ou o senhor pode ir ao mercado e receber por precatórios, o que pode demorar muito mais”, teria dito o ex-secretário.

A reunião durou cerca de 10 minutos e o Antônio afirma que Cursi foi seco em seu trato. “Eu estava numa posição em que eu estava encurralado. Ele não estava ali para passar a mão na cabeça, para achar se era bonito ou se era feio. Ele estava numa negociação em que tinha uma posição de vantagem”, detalhou o empresário.

Na saída, Antônio teria reclamado com Chico Lima por ter que devolver R$ 15 milhões dos R$ 31 milhões da desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade, mas foi garantido a ele que “era assim que o Estado fazia”. Ele tinha uma dívida com a Caixa Econômica Federal de R$ 15 milhões da Santorini Empreendimentos Imobiliários, dona da área. Uma outra empresa dele ainda possuía mais R$ 50 milhões em dívidas com o banco.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes