Um empresário de 44 anos, irmão de um ex-vereador de Cuiabá, foi sequestrado nessa quarta-feira (8), em Cuiabá, e ficou 18 horas em cativeiro, onde foi torturado psicologicamente, ameaçado e obrigado a transferir R$ 50 mil.
Ontem (9), ele conseguiu fugir do cativeiro, em Várzea Grande, e auxliou a Polícia Militar a prender duas pessoas que participaram do sequestro, um homem e uma mulher, ambos de 24 anos.
O crime
Segundo relato do empresário, ele foi sequestrado por volta das 22 horas da quarta-feira (8) na rotatória do Centro de Eventos do Pantanal, na Capital. A quadrilha estava em cinco pessoas, uma delas mulher e dois armados, e em um Prisma branco.
Sob ameaça, os acusados retiraram o carro da vítima, uma BMW 328I preta, e o colocaram no porta-malas do Prisma. Ele foi levado para uma região de chácaras, onde teve as penas e braços amarrados e um capuz colocado na cabeça.
O empresário relatou que ficou o tempo todo sob ameaça, com uma arma de fogo apontada para a cabeça dele e, inclusive, foi realizada “roleta russa” com ele.
Depois de muita tortura psicológica e ameaças, os suspeitos levaram a vítima para uma casa, aparentemente abandonada, onde a obrigaram a realizar transferências bancárias e a ligar para o irmão dele, ex-vereador de Cuiabá, para também pedir dinheiro via pix. Ao todo, os bandidos conseguiram R$ 50 mil.
Durante o sequestro, a vítima ouviu alguns nomes, que disse à polícia. Já na manhã de ontem (9), o empresário foi novamente colocado no porta-malas do Prisma e levado para dois motéis no Bairro Jardim Potiguar, em Várzea Grande.
Na saída do motel, o pneu do Prisma furou e, por isso, a quadrilha retornou para o cativeiro, na região da Estrada da Guarita. Nesse momento, a vítima conseguiu fugir e pediu socorro em um condomínio de apartamentos populares.
Buscas e prisão
A Polícia Militar e o Ciosp fizeram o percurso citado pela vítima, desde a rotatória do Centro de Eventos do Pantanal, e, com imagens das câmeras do Ciosp, foi possível identificar a placa do Prisma utilizado no crime.
O endereço foi checado e os policiais foram até a casa indicada no sistema, no Bairro Parque Paiaguás, em Várzea Grande.
Ao tentar contato com o morador, os policiais viram um homem tentando pular o muro dos fundos para fugir. A equipe entrou na casa e foi atacada pelo cão do suspeito, um Pitbull. Foi necessário utilizar disparo de bala de borracha para cessar o ataque.
O acusado acabou caindo e batendo o rosto. Foi preciso imobilizá-lo para prendê-lo.
No Prisma, foram encontradas várias sacolas de roupas e documentos, que a vítima havia informado que estava dentro de sua BMW. Questionado, o suspeito confessou a participação no sequestro, mas não quis entregar os comparsas.
A vítima, no entanto, havia ouvido o nome de um homem e uma mulher. O homem era justamente o que foi preso. Então, ele foi questionado sobre quem era a mulher e disse que era sua esposa, proprietária do veículo, e que ela estava no trabalho. A equipe foi até o local e a suspeita também foi presa.
O carro do empresário foi encontrado no cativeiro de onde ele fugiu. O caso foi registrado como roubo, sequestro e cárcere privado, ameaça, extorsão mediante sequestro, resistência, desobediência e organização criminosa.