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Em novo livro, Nicolas Behr propõe “viagem” de Cuiabá a Brasília, passando por Diamantino

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Em novo livro, Nicolas Behr propõe “viagem” de Cuiabá a Brasília, passando por Diamantino

Com anseio de que sua obra chegue às mãos de jovens estudantes mato-grossenses, o escritor cuiabano, Nicolas Behr, anuncia o lançamento do livro “Nicolas Behr: o menino do mato que engoliu Brasília”. Ele recebe o público na terça-feira (16), das 17h30 às 21h30, no Sesc Arsenal.

O cuiabano radicado em Brasília é um grande autor brasileiro que orgulha seus conterrâneos por sua notável trajetória e obra. A editora Maria Teresa Carrión Carracedo uniu-se a Nicolas na produção da obra cujo lançamento é um motivo a mais para comemorar o aniversário de 300 anos de Cuiabá e dos 25, da Entrelinhas.

“Fico feliz por ser lançado quando minha cidade natal completa 300 anos e por se tratar de um trabalho realizado com extremo profissionalismo por uma editora cuiabana”, declara Nicolas.

O conteúdo poético do livro está dividido em três partes: “Menino diamantino” apresenta poemas sobre a infância do autor em Diamantino, antiga cidade de Mato Grosso; “Menino de Cuiabá” traz 69 poemas inéditos escritos a partir das vivências do poeta, dos 10 aos 15 anos, em Cuiabá; e “Menino candango” reúne poemas da fase adulta, já na capital do país. “É o livro mais completo sobre a minha obra”, destaca Nicolas Behr.

Segundo Maria Teresa, o livro vai além das muitas possibilidades de leitura da obra de Behr, pois é também uma provocação e um exemplo do protagonismo que os jovens podem exercer em contraposição às adversidades do seu tempo e território.

“A vida e a obra deste poeta extraordinário que publicou mais de 50 livros – incluindo seus livrinhos mimeografados –, a maioria independente, que foi criativo e ousado ao driblar as regras engessadas de sua época, se traduzem em estímulo e possibilidades para dias melhores”, destaca a editora.

O livro também será lançado em Diamantino, cidade da qual o autor é Cidadão Honorário, no dia 17 de abril, dia seguinte ao lançamento em Cuiabá.

Biógrafo de Renato Russo

Para falar sobre a vida e trajetória de Nicolas Behr, passando por suas origens familiares, por Diamantino, Cuiabá e Brasília, a editora convidou o biógrafo do vocalista da Legião Urbana – o jornalista e romancista Carlos Marcelo Carvalho, autor de Renato Russo: o filho da revolução.

A apresentação do livro é assinada pelo escritor, professor e tradutor Milton Hatoum, amazonense descendente de migrantes libaneses, um dos prestigiados e premiados escritores brasileiros”, explica Maria Teresa em seu texto de introdução ao livro. Na apresentação, Hatoum destaca: “Nesta coletânea, Nicolas Behr evoca esse exílio interior, cujo centro é a infância. Mais exato seria dizer infâncias: ‘nascentes de onde minam as lembranças’. Ou como ele indaga num poema: ‘quantos meninos correm dentro de mim?’.

Prisão pelo DOPS

A editora destaca que o perfil biográfico de Nicolas inserido na obra destaca um dos fatos mais marcantes da trajetória do poeta: a sua prisão pelo DOPS, órgão repressor da ditadura militar, em pleno centro do poder.

O auto de prisão em flagrante de 15 de agosto de 1978 registra que foi “por publicar livretos de cunho pornográfico” onde “o interrogado deixa transparecer cunho político-ideológico, esclarecendo que realmente manifesta-se descontente com muitas coisas existentes no regime, como falta de eleições diretas, vigência de atos de exceção e ocorrência de tortura a presos políticos”. Julgado pela publicação dos seus livrinhos mimeografados – um deles, Iogurte com farinha já tinha vendido 10 mil exemplares de mão em mão, entre outros títulos –, foi absolvido em 30 de março de 1979.

Nascido no Hospital Geral

Miguel, Therese Von Behr e Nikolaus

Nicolas Behr nasceu em 5 de agosto de 1958 na primeira maternidade de Cuiabá, hoje Hospital Geral. Filho de migrantes dos países bálticos – sua mãe, Therese, nasceu na Lituânia e seu pai, Anatol, na Estônia. Sua família vivia na fazenda Amolar, a 20 quilômetros de Diamantino. Lá Nicolas viveu seus primeiros 10 anos, entre cobras, goiabeiras, lagartos e lambaris, até mudar-se para Cuiabá no ano em que implodiram a Catedral. Estudou na prestigiada Escola Técnica Federal de Mato Grosso.

Desbravou a cidade inteira com sua bicicleta por caminhos pavimentados em pedra cristal ou sinuosos, íngremes e misteriosos, ainda virgens de pavimento. Acalentou o sonho de ser geólogo, até mudar-se para Brasília, aos 14 anos, em 1974. ‘Saiu do mato para cair na maquete’, como diz um dos poemas do livro que está sendo lançado. O contraste dessas vivências causou um curto-circuito no menino e explodiu em poesia.

Ficha Técnica:

“Nicolas Behr: o menino do mato que engoliu Brasília”, pela Entrelinhas Editora
Formato 16 x 23 cm, 288 páginas em papel offset
Valor de capa: R$ 69,90 (sendo R$ 60,00 no lançamento)

(Com Assessoria)

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