Literatura, música, artes visuais e cinema mato-grossense. Por onde se olha, lá está Eduardo Ferreira. Artista outsider é voz de uma geração altamente produtiva que se estabeleceu em Cuiabá, oriunda de várias regiões do país, a partir da década de 1980 e segue em plena atividade. O guiratinguense que “fincou os pés” na capital mato-grossense desde esse tempo, ajudou a revolucionar a cultura local e escreveu seu nome não em um segmento, mas em muitos deles.
Mas é da sua vivência como cineasta que falará hoje. Um dos pioneiros do cinema independente de Mato Grosso, é o convidado de mais uma edição do ciclo Realizadores de Mato Grosso, do projeto Encontros com o Cinema. Nesta terça-feira (09), às 19h30, no Cine Teatro Cuiabá, serão exibidas duas de suas produções mais importantes para a filmografia local: Eu Noia e Cerimônias do Esquecimento. Depois da sessão, ele participa de bate-papo com a plateia.
O primeiro, um curta-metragem, tem o ator Caio Mattoso como protagonista. “Fiz uma adaptação rápida, em uma página, do livro homônimo. Foi aí que nasceu o curta-metragem que traduz muito do sofrimento e das angústias do protagonista, com uma mente delirante, preso em seu m². Caio Mattoso realizou uma excelente performance”, diz.
Já Cerimônias do Esquecimento, foi idealizado a partir do livro de mesmo nome, do aclamado escritor mato-grossense, e amigo pessoal de Eduardo, Ricardo Guilherme Dicke. O filme que mescla documentário e ficção, traz outros importantes nomes da literatura de Mato Grosso, como Lorenzo Falcão e Luiz Renato. “É um filme-metáfora sobre a angústia de ver um escritor como Dicke, que mesmo com reconhecimento crítico e teórico, até aquele momento não alcançava a popularidade que merecia”. O filme foi produzido com recurso do DocTV e lançado em 2004.
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