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Depois de furto e ameaças, galeria de arte fecha em Cuiabá

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Depois de furto e ameaças, galeria de arte fecha em Cuiabá

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Gasparin Gasparin

A galeria foi toda revirada e destruída

A galeria de arte Gasperin Gasperin, que funcionava no Centro Histórico de Cuiabá, na Rua Pedro Celestino, teve seu fechamento anunciado na página do local no Facebook. O motivo foi um furto traumático e diversas ameaças que o dono do local e artesão, Júnior Gasperin, e seu marido, Iuri Seguro, vinham sofrendo.

O furto aconteceu durante a segunda-feira (15) e terça-feira (16). Além da galeria, o local também era a casa de Júnior e Iuri. Os dois estavam viajando nos dias do roubo e foram avisados por vizinhos.

No mesmo dia, outros dois roubos aconteceram na região. A galeria Boneca de Osso, que iria abrir poucos dias depois, foi furtada e teve várias peças levadas. E um restaurante, a uma esquina da Gasperin Gasperin, também foi roubado.

Nesta terça-feira (23), a dona do restaurante ligou para Júnior dizendo que mais uma vez entraram no restaurante, hoje levaram picolés.

“É um lugar incrível, se tivesse mais segurança as pessoas poderiam transitar por ali”, disse o artesão e designer gráfico Júnior.

O roubo

A casa foi toda danificada, vários objetos foram roubados – micro-ondas, ventilador, o motor do ar condicionado -, ou estragados. Inclusive a fiação da casa e peças de artesãos e designers parceiros, e também as de Junior, foram levadas.

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Gasparin Gasparin

O local não tem câmeras de segurança e as das casas ao redor não filmaram os suspeitos.

Iuri chegou à casa um dia antes do artesão. O portão e a grade estavam destrancados. Ele optou por não entrar na casa e chamou a polícia, que não compareceu ao local. Ele então encontrou uma viatura e levou até a galeria.

“Quando eles entraram na casa tinha bituca de cigarro queimando em cima da mesa e lá no fundo, onde tem um bar com cozinha, tinha uma vela recém acesa. Ficou chinelo deles lá, ferramentas para arrombar as portas, peças de roupas que eles trocaram. Tinha xixi para todo lado, fezes humanas”, relatou Junior.

Durante a noite, Iuri e a família ficaram na casa para cuidar, porém a todo momento moradores de rua passavam e gritavam ameaças.

“’A gente avisou’. ‘Se continuar vai ter de novo’. ‘O centro é nosso’. Cada vez uma pessoa diferente. E ficava passando uma moto com um cara, toda hora e olhando para dentro”, contou o artesão.

Na quarta-feira (24), eles colocaram fiação na casa para poder arrumar o local; no fim da tarde, os fios foram arrancados novamente, com os moradores lá dentro. A polícia foi acionada e não compareceu ao local.

“Tem um postinho da polícia que é a três quadras dali, perto do Beco do Candeeiro. Quando você liga eles não vão”, lamentou Júnior.

Com o desgaste psicológico e o prejuízo financeiro, o artesão optou por fechar as portas da galeria definitivamente.

“A gente não teve muita opção, além de a maioria das coisas terem sido depredadas, estragadas, ou roubadas, os moradores de rua e motos que ficam passando ali, ficaram ameaçando a gente ao longo da semana. Então para não continuar com essa situação a gente optou por sair mesmo”, disse.

“Não adiantaria colocar cerca elétrica, não adiantaria colocar nenhum tipo de prisão ali para a gente, porque só nos deixaria mais assustados”, completou.

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Gasperin Gasperin

Publicação anunciando o fechamento da galeria

A galeria funcionava no local há oito meses. Há dois meses, já haviam pulado o portão da casa e quebrado o vidro do carro do casal. A polícia também foi acionada nesse dia e não foi até a galeria.

“Ali nós fazíamos eventos. Eu vou continuar participando de feiras, tem muitos lugares bem bacanas em Cuiabá que nós podemos continuar fazendo nossas manifestações, nossas expressões artísticas, não precisamos depender de um lugar apenas. Esse aspecto cultural vai continuar assim, não será apagado. Mas reunir em um espaço físico permanente, por enquanto não tenho intenção não”, disse Júnior.

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