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Delegada diz que Paulo Taques forneceu telefone de ex-amante para grampo

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Delegada diz que Paulo Taques forneceu telefone de ex-amante para grampo

Ednilson Aguiar/O Livre

Paulo Taques

Paulo Taques nega as acusações de delegada 

Em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, a delegada Alessandra Saturnino de Souza disse que o advogado Paulo Taques, então chefe da Casa Civil, fez denúncias e entregou os telefones de Tatiane Sangalli, ex-amante dele, de Carolina Santos, então servidora da Casa Civil, e do jornalista José Marcondes Muvuca para serem interceptados.

Na época, Alessandra Saturnino era secretária-ajunta de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. A pasta era comandanda pelo promotor Mauro Zaque, que fez as denúncias de grampos ilegais. 

Os números de Tatiane e de Carolina acabaram incluídos nos grampos da Operação Forti, que monitorava o sistema prisional e era coordenada pela Secretaria de Segurança Pública. Segundo a delegada, as interceptações foram feitas porque Paulo Taques relatou que haveria possíveis ameaças à vida do governador. O ex-secretário nega as acusações, diz que não solicitou interceptações telefônicas e afirma que tomará medidas legais contra a delegada (veja mais abaixo)

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A publicitária Tatiane Sangalli foi grampeada na Operação Forti

Casamento com Arcanjo
No relato, a delegada disse que se reuniu com Paulo Taques em fevereiro de 2015, no gabinete e na presença de Fábio Galindo, então secretário executivo de Segurança Pública.

Na ocasião, segundo ela, o então chefe da Casa Civil afirmou que tinha informações de que o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso em Rondônia naquele momento, estaria armando um casamento com Tatiane para ser transferido para algum presídio de Mato Grosso. A transferência teria o objetivo de tramar contra a vida do governador Pedro Taques.

A motivação de Tatiane seria vingança, “pois não teria aceitado bem o término do relacionamento”, segundo palavras atribuídas a Paulo Taques pela delegada.

Alessandra Saturnino afirma que, ao final do encontro, o então chefe da Casa Civl mostrou uma folha de papel com o que aparentava ser a transcrição de uma interceptação telefônica com o número de Tatiane.

Assistente e jornalista
Paulo Taques também teria relatado à delegada suspeitas sobre a assistente pessoal dele à época, Carolina dos Santos, que trabalhava na Casa Civil. Segundo Alessandra Saturnino, o chefe da Casa Civil disse que Carolina estaria passando “informações privilegiadas” para Tatiane.

Outra suspeita sobre Carolina, segundo o relato da delegada sobre a conversa com Paulo Taques, seria a de que a servidora estaria repassando informações para o jornalista Muvuca, que faz oposição ao governo.

A delegada diz ainda que “nada de relevante” foi encontrado nas interceptações de Tatiane e Carolina. O telefone de Muvuca, diz Alessandra, não foi grampeado.

Bebidas e fotos
Em outra reunião com a delegada, Paulo Taques também teria manifestado preocupação com possíveis armações para denegrir a imagem dele e do governador. 

“Que ainda informou que Tatiane estava comparecendo nas agendas, inclusive sociais, dele e do governador, dando a entender que estaria recebendo informações dessa agenda. Que o Dr. Paulo Taques chegou a comentar que eles tinham receio de Tatiane colocar alguma substância na bebida dele ou do governador e colocá-los em situação constrangedora, como serem fotografados nus com outros homens na cama”, cita um dos trechos do depoimento da delegada.

Nesse momento, Alessandra Saturnino afirma que recomendou que Paulo relatasse esses detalhes ao delegado Flávio Stringuetta, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que conduziu a Operação Querubim.

Outro lado
Paulo Taques classificou a versão da delegada como mentirosa, pois “nunca entregou número de telefone algum para ser interceptado”. “Se eu realmente tivesse feito algum pedido do tipo, ela deveria ter me dado voz de prisão”, argumentou. 

Segundo Taques, Alessandra tenta atribuir a ele uma prática criminosa pela qual ela e a também delegada Alana Cardoso são investigadas. O ex-secretário informou que adotará todas as medidas legais contra Alessandra, pois teve a honra e a moral atingidas.

 

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