Colunas

Dá licença que a ferrovia precisa passar

3 minutos de leitura
Dá licença que a ferrovia precisa passar
Rio Verde (GO) - Obras de implantação do Polo de Cargas do Sudoeste de Goiás da Ferrovia Norte-Sul, trecho Rio Verde-Santa Helena de Goiás (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR)

Mato Grosso é um dos maiores estados em extensão territorial do país, além de se destacar como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Ainda assim, não tem uma ferrovia cruzando o estado, o que impacta diretamente no escoamento da produção, além de causar maior tráfego de carretas nas rodovias estaduais e federais.

As consequências e impactos da falta de ferrovia no Estado são imensuráveis, pois as estradas precisam de manutenções constantes, o que gera gastos e por conta do fluxo intenso de veículos nas rodovias, acaba acarretando em muitos acidentes, a maioria com mortes. Precisamos pensar em alternativas, em formas de resolver isso de maneira eficaz, e, a ferrovia é uma alternativa.

Sabemos que a Lei Estadual nº 9.641 de 2011 iniciou o movimento para que Mato Grosso implantasse a primeira ferrovia. Ano passado, o Governo do Estado sancionou a Lei Complementar nº 685/2021, para criar o Sistema Ferroviário do Estado de Mato Grosso (SFE-MT) e assim estabelecer os critérios para explorar os serviços ferroviários no Estado.

Na prática, isso significa que o estado passou a ter autorização para atuar na modalidade de concessão à iniciativa privada de trechos dentro do seu limite geográfico, tanto para transporte de carga quanto de passageiros.

A Rumo Logística ficou responsável pela obra e deve investir cerca de R$12 bilhões na construção do modal que vai ligar Rondonópolis à Cuiabá e Lucas do Rio Verde, com aproximadamente 730 quilômetros de trilhos.

Agora, após quase 12 anos de longas discussões, embates e tratativas, este ano as obras se iniciaram, porém é necessário que agentes políticos e a sociedade se unam para fiscalizar e cobrar o cumprimento dos acordos e execução dos contratos, do contrário, amargaremos por mais dez anos, sem vislumbrar a nossa tão sonhada e necessária ferrovia.

A previsão é que o primeiro ramal, em Cuiabá, comece a operação até 2025, e o segundo, em Lucas do Rio Verde, até 2028. Eu vou acompanhar de perto a execução das obras da ferrovia estadual e também fiscalizar a execução do projeto do Governo Federal, que vai implantar a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que vai interligar Mato Grosso ao Goiás.

Projetada há mais de dez anos, a mineradora Vale deve investir mais de R$2,7 bilhões para executar o projeto que vai de Mara Rosa (GO) – onde os trilhos serão interligados à malha ferroviária Norte-Sul – e um percurso de 383 km, que conecta o modal à Água Boa. As obras já iniciaram em 2021, e devem ser concluídas em quatro anos.

Sabemos que investimentos deste porte movimentam a economia e mudam o perfil de uma região, além de criar expectativas positivas para a população. Para se ter ideia, a estimativa é que sejam gerados mais de 300 mil empregos diretos e indiretos por meio destes empreendimentos, sendo 116 mil pela Fico e 230 mil pela ferrovia estadual.

Pensando nisso, eu vou atuar fortemente na criação de cursos de capacitação focados no desenvolvimento do mercado de trabalho nos municípios do entorno das ferrovias que passarão pelo Estado. Precisamos preparar as pessoas daqui, de Mato Grosso, para atuarem nestes modais.

A ferrovia precisa passar, e com ela, a geração de emprego e economia precisam se movimentar. 

Sirlei Theis, é advogada, treinadora comportamental e candidata a deputada federal por Mato Grosso.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes