Depois do clipe de estreia “A Volta”, a cuiabana Mariana Badan traz novidades aos conterrâneos. A cantora, artista plástica e atriz, há dez meses morando em Lisboa, lançou seu primeiro álbum de canções autorais “Erupção (2019)”. Em breve, ela também estreia na televisão portuguesa como atriz protagonista e compositora da série “Luz Vermelha”.

O disco “Erupção”, gravado de forma colaborativa e independente, traz nove canções que revelam tudo que, para a artista, lhe “rasga o peito”. O trabalho começa com o poema “tem gente que fala que é bicho, mas bicho não é”, ao som de dois pandeiros. As faixas são repletas de vivências familiares e revelam suas inspirações, como Ney Matogrosso, Tom Zé, Rita Lee, e o movimento dadaísta.

“O disco tem poesia que explode com a música ‘Amuleto’, que fala sobre o ofício e os porres. Minha avó foi diagnosticada com alguns problemas psicológicos e fiz a música chamada ‘Choque na Véia’ pensando nos fortes tratamentos e choques elétricos que ela tomou. ‘Dia de festa’ é para minha tia, que infelizmente também se perdeu em sua cabeça”, conta Mariana Badan.

YouTube video

Série

Na série “Luz vermelha”, que deve ir às telas ainda em setembro, a cuiabana interpreta uma brasileira que tenta a vida trabalhando com serviços de limpeza, mas acaba caindo no crime e na prostituição. “Bruna [a personagem] é densa, tem um tempo e um corpo em outro ritmo. Venho buscando, até no tom da voz essa densidade de uma menina que deixa um filho para tentar a vida em outro país e começar do zero”, revela Badan.

Mariana Badan em cena

Com a direção de Marco Leão e André Santos, a série é inspirada na história de mulheres brasileiras em Bragança, nos anos de 2002 e 2003. Uma cidade até então pacata que se tornou um ponto de turismo sexual, chegando a ser capa da revista New York Times. A fotografia é de Hugo Azevedo e Manu Garcia. “Cores que contam histórias e que trazem o ambiente lúdico. Está ficando um trabalho muito bonito e poético”.

E não é só como atriz que Mariana Badan integra o projeto: “o que me deixa mais feliz”, destaca. Duas de suas canções, inclusive a que dá nome ao álbum de estreia da multiartista, compõem a trilha sonora de “Luz Vermelha” junto aos instrumentos do músico e arranjador Johnny Jow.

“’Erupção’, nome do meu disco que já está nas plataformas digirais, e ‘Te Abençoou’, que foi uma encomenda. Pensando no universo dessas mulheres que a série retrata, fiz um ‘brega’, humanizando seus sentimentos em poesia, combinada a uma melodia mais ‘chiclete’”, conta a artista.

Mariana Badan

Mariana Badan começou na arte vendendo poesia na rua a R$ 1.  “Fui musicando elas com pandeiro até encontrar com o compositor e músico Marcus Machado. Com ele aprendi a tocar violão e montamos a banda Mangalume, com a qual ganhávamos a vida pelas ruas do Rio de Janeiro tocando músicas autorais”, conta a artista.

Desde então, a cuiabana acumula parcerias e encontros musicais, como o guitarrista Raimundo Amador e os músicos Udi Fagundes, Diego Lima, Afrogame, Gabriel Saint Anne, Jana Figarella, Jonnhy Jow, Tomaz Lenz. Atualmente, vive de suas telas, poesias e shows musicais nas ruas e casas de shows portuguesas.

Em Cuiabá, Mariana Badan foi criada no seio de uma família formada pelo intérprete e compositor Arnaldo Leite e a pintora e poeta Doká Dorilêo, expoentes das artes mato-grossenses. No Rio de Janeiro, ela se formou atriz pela Universidade Cândido Mendes.

Seu trabalho como atriz foi premiado no Cine PE 2018 pela atuação pelo filme “Teodora Quer Dançar”. No curta-metragem da diretora e roteirista Samantha Col Debella, filmado em Cuiabá, ela protagonizou a lenda de mulher de máscara dos bailes Clube Feminino.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes