Ednilson Aguiar/O Livre
O corte na 97% no orçamento da Assistência Social anunciado pelo Governo Federal mobiliza gestores em todo o país, inclusive em Mato Grosso, onde metade da verba para investir no social vem de Brasília. De R$ 2,75 bilhões previstos para o setor neste ano, caiu para R$ 78 milhões no orçamento da União 2018, segundo dados compilados pelo Colegiado de Assistência Social em Santa Catarina.
O então secretário de Trabalho e Assistência Social (Setas) de Mato Grosso, Max Russi (PSB), condena a medida. “É horrível. Querem cortar mais de 90% da Assistência Social. Isso é um prejuízo para a população mais vulnerável. Por isso foram feitas manifestações no Brasil todo”, disse. Ele afirmou que os gestores dos municípios vão se mobilizar e buscar os deputados federais e senadores para tentar reverter a situação. “Precisamos de apoio da bancada federal.”
Na quinta-feira (28), gestores da Assistência Social de 40 municípios de todo o Estado acompanharam a mobilização nacional e realizaram uma reunião na Assembleia Legislativa para tratar da questão.
No evento, o secretário-adjunto da Setas José Rodrigues afirmou que o corte pode inviabilizar a política de assistência social em 2018. Como 50% dos recursos aplicados no setor em Mato Grosso vêm do Governo Federal, o corte tem impacto na execução de ações e pagamento dos trabalhadores que estão vinculados a essa política de assistência social.
Max Russi afirmou que o corte não afeta o programa de bolsas Pró-Família, pois o governo estadual usa recursos do Fundo de Erradicação da Pobreza para isso. O Pró-Família foi lançado este ano com a meta dar assistência a 35 mil famílias em situação vulnerável, com renda per capita inferior a um terço do salário mínimo. O programa inclui uma bolsa de R$ 100 a cada família e é a principal ação da gestão de Russi na pasta.
