Ednilson Aguiar/O Livre
O coronel Airton Benedito Siqueira, ex-secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, ingressou com um Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo sua liberdade. Ele está preso na Academia Costa Verde em decorrência da Operação Esdras, que investiga uma tentativa de obstrução de Justiça no caso dos grampos telefônicos realizados por membros do alto escalão do governo do Estado.
O processo foi distribuído ao ministro Ribeiro Dantas, da Quinta Turma do STJ, que tem a relatoria dos processos dos grampos que tramitam na instância superior.
A Operação Esdras foi deflagrada contra pessoas que tentavam supostamente barrar as investigações dos grampos. Foram presos na última quarta-feira (27) os então secretários coronel Airton Siqueira (Justiça e Direitos Humanos) e Rogers Jarbas (Segurança Pública). Também foram presos à ocasião os ex-secretários Paulo Taques e coronel Lesco.
Ainda foram presos a esposa de Lesco, Helen Chirsty Carvalho Dias Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major Michel Ferronato e o empresário José Marilson.
O advogado Marciano Xavier das Neves teve um pedido de prisão transformado em medidas cautelares – uso de tornozeleira eletrônica.
O grupo teria cooptado o tenente-coronel José Henrique Soares em um plano para embaraçar as investigações e afastar o desembargador Orlando Perri, relator do caso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A estratégia incluiria até mesmo a utilização de uma farda alterada para portar uma câmera e gravar o desembargador em conversas possivelmente comprometedoras.
Siqueira também ocupou o cargo de secretário-chefe da Casa Militar durante o período em que os grampos telefônicos teriam sido realizados.
