Política

Com lado eleitoral discreto, Michelle Bolsonaro passa por Cuiabá mais como animadora

Ex-primeira-dama reuniu centenas de mulheres em reunião partidária em Cuiabá, mas sem chamar atenção para 2024 e 2026

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Com lado eleitoral discreto, Michelle Bolsonaro passa por Cuiabá mais como animadora

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve em Cuiabá ontem (2) para um evento do PL Mulher. A visita teve cunho político-eleitoral, mas Michelle passou com discrição em reduto bolsonorista. 

Houve um público grande no evento, formado majoritariamente por mulheres, vindas de várias partes de Mato Grosso. A organização diz que 2 mil pessoas se inscreveram para participar da reunião. 

O que elas viram foi mais uma Michelle Bolsonaro animadora do que uma articuladora política. Ela ensaiou uma minivolta olímpica logo no início, percorrendo todo o salão para falar com caravanas. Soltou gritos de animadora de torcida, prometeu visita a outras cidades de Mato Grosso e distribuiu abraços. 

Os pontos altos da cerimônia ficaram com uma vídeochamada com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segunda ela, estava em uma reunião em São Paulo. O público bateu palmas, ovacionou e mal ouviu o que foi dito por Bolsonaro. 

Ao receber os títulos de cidadã mato-grossense e cuiabana, Michelle Bolsonaro, na ironia, cobrou um par de botas como presente complementar. Ele veio de uma mulher no público que tirou os calçados dos pés e ofereceu a Michelle. 

Michelle passou o restante da cerimônia calçada as botas. Ao final, as devolveu com seu autógrafo à dona original. Ela, uma representante de uma associação de produtores no interior, disse que faria um leilão do objeto autografado para doar o dinheiro arrecado a instituições. 

Agenda 2024 

O lado político-eleitoral de Michelle apareceu somente em algumas falas isoladas e pouca expressão. Ela se limitou a convocar as mulheres filiadas ao Partido Liberal (PL) de Mato Grosso a se candidatarem para as eleições de 2024, quando serão eleitos vereadores e prefeitos. 

A estratégia foi associar o incentivo político (Michelle repetiu mais de uma vez sentir “uma chama” ou “um chamado” para a vida pública) com a religião. O mesmo viés utilizado pelo marido. Correndo por fora, um tom do discurso de “empoderamento feminino”. 

“Nós mulheres temos o sentimento de maternidade, temos algo diferente que podemos aplicar na política. Uma mulher sábia edifica sua casa, seu município e mulheres sábias edificam uma nação”, afirmou. 

Ela se referiu ao momento do país, com o comando da oposição ao seu lado político, como um interlúdio, “necessário para revigorar as forças”. A articulação político-partidária não apareceu no discurso. 

Michelle Bolsonaro, presidente da ala das mulheres do PL, é cogitada para concorrer à Presidência 2026. A ex-primeira-dama tem percorrido pelo Brasil para manter seu nome sob holofotes.  

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