Representando a nova safra da produção mato-grossense, os quatro curtas-metragens premiados na 17ª edição da Mostra de Audiovisual Universitário América (Maual), uma das principais vitrines audiovisuais do Estado, serão exibidos no Cineclube Coxiponés na próxima terça-feira (04). A sessão que comemora os 48 anos da UFMT, às 19h30, no Auditório do Centro Cultural.
São atrações o melhor documentário da modalidade independente “Slam: rua e resistência (2017)”, de Ana Carolina de Melo & João Pedro Regis, melhor filme mato-grossense “A gente nasce só de mãe (2017)”, de Caru Roelis, melhor curta-metragem da categoria independente “Palavras (2018)”, de João Manteufel, e “Como ser racista em dez passos (2018)”, de Isabela Ferreira, premiado pela Comissão Organizadora da MAUAL 2018 entre os mais votados pelo Júri Popular.
Os filmes foram exibidos e premiados entre os dias 15 e 19 de outubro na MAUAL 2018, festival que exibiu 61 curtas de todas as regiões do país, além de 2 curtas estrangeiros (um argentino e outro chileno); 15 foram realizados em Mato Grosso. Além das exibições, a Mostra promoveu bate-papos sobre os filmes, oficinas, além de uma reunião entre gestores culturais e promotores de ações cineclubistas, visando ao fortalecimento da atividade no Estado.
A sessão especial integra as comemorações dos 48 anos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em dezembro, a programação cultural que contempla a diversidade de linguagens artísticas em uma homenagem ao poeta e artista plástico Wlademir Dias-Pino, idealizador da identidade visual da instituição, falecido em agosto.
Os filmes
“Como Ser Racista em 10 passos” é um curta provocativo que desvenda e confronta dez formas de racismo estrutural velados, realizado por uma equipe de estudantes negros. Baseada em fatos reais, a narrativa retrata o cotidiano de pessoas negras comumente afetadas pelo racismo enraizado, por atitudes que vão além do verbalmente dito.
O filme recém-lançado já lotou a plateia do Centro Cultural da UFMT em sua estreia, sendo foi premiado como a melhor ficção na Mostra de Cinema Negro de Mato Grosso, realizada no mesmo local no último mês.
“A Gente Nasce Só de Mãe”, por sua vez, chegou ao renomado Los Angeles Cine Fest, emocionando com o enredo que revela a realidade de Emilly, adolescente que luta para viver sozinha com seus dois irmãos e filho recém-nascido na periferia de Várzea Grande. A tarefa de interpretar com sensibilidade a história coube à cuiabana Edilaine Duarte, cuja atuação foi coroada com o segundo lugar no prêmio de Melhor Atriz na mostra “Lugar de mulher é no cinema”, de Salvador (BA).
O filme foi gravado junto a outros cinco roteiros, quatro curtas-metragens e um piloto de série, produzidos pelo Box de Curtas, projeto que envolveu três produtoras e oito diretores associados.
Em “Slam: Rua e Resistência”, a poesia e a arte permeiam a narrativa e o depoimento das personagens como parte de um processo de ocupação cultural e urbana. Segundo uma das diretoras, Ana Carolina, o documentário surge da compreensão de que o movimento de “batalhas de poesia” vai além de um “rolêzinho” e se transforma em uma ferramenta de retomada dos espaços públicos.
O filme é a primeira realização da produtora Salve Filmes, iniciativa independente de estudantes de Rádio e TV da UFMT que vem promovendo experimentações audiovisuais para dar visibilidade às suas inquietações, além de pôr em prática os estudos.
“A Palavra” é a versão curta-metragem do longa “O poder da palavra”, também dirigido e roteirizado pelo diretor João Manteufel. O filme retrata a vida de poetas, escritores, jornalistas, músicos e outros profissionais de relevância na cultura mato-grossense que movem as emoções humanas pelas palavras.
Manteufel é publicitário, roteirista e cineasta, e tem mais de 40 prêmios no campo da propaganda. No audiovisual, sua produção consiste em obras voltadas aos artistas mato-grossenses, como Ivens Cuiabano Scaff, Clóvis Irigaray e Gervane de Paula