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Caminhos para o combate à exploração sexual infantil

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Caminhos para o combate à exploração sexual infantil
Imagem ilustrativa (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

A violência contra a mulher, crianças e adolescentes está presente em todas as partes do mundo, atingindo as mais variadas classes e culturas, o problema é que poucos são os que, de fato, levantam a bandeira para lutar contra essa questão.

Dia 23 de setembro é o Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. A exploração sexual é uma das nuances mais tristes e obscuras da violência e é sobre este ponto que quero falar, pois há caminhos para lutarmos contra isso, o trajeto é longo, mas não impossível.

Acontece que a consciência humana entende que a agressão e a violência são “normais”, o que torna a nossa luta ainda mais árdua, pois precisamos reestruturar e mudar o entendimento nas bases, o que exige um esforço tremendo, muito trabalho, dedicação e perseverança de todos envolvidos.

Há anos eu tenho trabalhado fortemente na conscientização e apoio às vítimas de violência, dando suporte para que elas saiam desta condição, além de atuar na orientação aos abusadores para que abandonem estas práticas.

No trabalho que desenvolvo, não responsabilizo apenas os homens pelo caos que esse problema social tem afetado às nossas famílias, pois a situação é muito mais complexa.

Vejo que de certa forma, todos nós contribuímos para esse resultado, consciente ou inconscientemente, pois muitas vezes trazemos essa referência do nosso sistema familiar.

Eu superei uma relação abusiva, na qual sofri todos os tipos de violências, da física a sexual, financeira, patrimonial e psicológica. Quando eu consegui sair, me curei e criei o projeto “Supere-se”, no qual eu ajudo quem está envolvido no ciclo da violência, mostrando um caminho, uma saída.

Eu sempre falo que não basta só falar, é preciso ação. Mesmo sem nunca ter tido poder político eu tenho agido em prol desta causa. Por isso, o meu desejo é transformar esse programa em uma grande política pública, por meio do apoio de igrejas, escolas, instituições públicas e privadas, entre outros órgãos, que, unidos à grupos terapêuticos, médicos, policiais irão atuar juntos neste processo de fortalecimento emocional, suporte às vítimas, com segurança e saúde.

Além disso, pretendo fomentar ações que ampliem o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, por meio de políticas públicas que os oriente como se proteger e pedir ajuda quando necessário.

Acredito que outra saída é fomentar projetos que ofertem acesso à cultura, esporte e profissionalização, para manter estes pequenos longe das ruas e dos abusadores, garantindo um futuro digno a eles.

E conciliando tudo isso, vou propor ações de fomento ao empreendedorismo e inovação entre jovens, especialmente os que estão em situação de vulnerabilidade social, facilitando o ingresso deles ao mercado de trabalho, criando oportunidades para quem precisa.

Sabemos que a Constituição Federal prevê a obrigação da família, da sociedade e do Estado de assegurarem à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Além de principalmente mantê-los seguros de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Sendo assim é dever de todos nós combater a exploração sexual e juntos encontrarmos novos caminhos para erradicar e parar de naturalizar quaisquer tipos de violência. Unidos somos mais fortes e vamos mais longe.

Sirlei Theis é advogada, treinadora comportamental e candidata a Deputada Federal, por Mato Grosso.

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