O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) poderá ser investigado em novo processo disciplinar. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, autorizou a Comissão de Ética a fazer uma varredura nas redes sociais do parlamentar, para encontrar posts com suposta distorção de fala da vereadora Maysa Leão (Republicanos).
“Eu determinei que se faça uma análise de todos os posts do deputado, se necessitar, que se contrate um perito para fazer uma avaliação e depois que se apresente para a presidência um relatório com uma sugestão do que seja o encaminhamento”, disse Botelho.
A análise atende um pedido da própria vereadora Maysa. A polêmica gira em torno das opiniões diferentes deles sobre medida punitiva para estupradores.
Cattani foi questionado, em uma entrevista recente a um podcast, com a presença da vereadora, sobre uma punição cabível a homens condenados por estupro. O deputado defendeu a castração, por causa do caráter repulsivo do ato.
Maysa reagiu dizendo que a castração é “retrógada” e faria a legislação “retornar a tempos antigos”. A vereadora disse defender uma punição dura, mas sem a opção dada por Cattani.
A polêmica iniciou após a entrevista. Segundo a Maysa, Gilberto Cattani teria feito declarações e posts com um corte da entrevista que distorce a posição dela, o conteúdo daria a entender que ela protegeria estupradores.
O documento assinado por Maysa e outros 14 vereadores diz que Cattani teria cometido os crimes de difamação, violência de gênero e incitação ao crime. A análise autorizada por Botelho leva essa denúncia em conta.
“Nós deputados temos que pensar no que publicamos, porque pode parecer diferente daquilo que você pensa. O deputado tem que entender que ele tem a opinião dele e tem que entender a opinião de outros”, afirmou Botelho.
